FC Porto-Belenenses, 2-0 (crónica)

Vítor Hugo Alvarenga , Estádio do Dragão, no Porto
8 ago 2021, 19:54

Diferentes tons de azul

O FC Porto venceu com autoridade o Belenenses (2-0) na 1.ª jornada da Liga 2021/22, perante 15.429 adeptos no Estádio do Dragão. Toni Martínez e Luis Díaz foram os autores dos golos portistas.

A equipa portista vai apresentado diferentes tons de azul, a cada verão, mas conserva a exigência máxima verbalizada recorrentemente por Sérgio Conceição. Os dragões reinventam-se temporada após temporada e, à entrada para a quinta na era Conceição, assumem-se como um projeto em contínua reformulação.

Este domingo, no reencontro com a sua massa associativa, um FC Porto ainda à espera das últimas definições do mercado de transferências não sentiu dificuldades para impor-se perante um frágil Belenenses, que terá de fazer muito mais para escapar aos últimos lugares da tabela classificativa da Liga.

FILME E FICHA DE JOGO

Sérgio Conceição lançou as bases para a comparação na véspera do encontro: «Se eu fosse à equipa no meu primeiro ano e comparasse com a de amanhã (hoje), é muito pouco igual, mesmo ao nível de nomes de jogadores e de qualidade individual, tem decrescido essa qualidade. Mas não é só no FC Porto, é a nível nacional.»

Recuando a 9 de agosto de 2017, há quatro anos, o FC Porto apresentou-se com Casillas, Ricardo Pereira, Felipe, Marcano, Alex Telles, Jesús Corona, Danilo, Óliver, Brahimi, Aboubakar e Soares, com Sérgio Conceição a lançar Marega, Hernâni e Hector Herrera no decorrer do encontro.

A diferença de qualidade é inegável, sobretudo para quem não a confundir com potencial. Jesús Corona é o único resistente, enquanto Marcano saiu e regressou entre fins de carreira (Casillas), transferências (Ricardo Pereira, Felipe, Alex Telles, Danilo, Óliver e Soares) e saídas a custo zero (Brahimi, Aboubakar, Marega, Hernâni e Herrera).

Cabe a Sérgio Conceição encontrar novas soluções, cada vez mais no plano interno, entre as camadas jovens do FC Porto e outros clubes portugueses. Taremi e Toni Martínez, recrutados a Rio Ave e Famalicão, são bons exemplos.

Com a saída de Moussa Marega, o espanhol assume-se como a companhia preferencial do iraniano e foi o autor do primeiro golo oficial dos dragões na temporada 2021/22. Um grande golo, por sinal, como prémio de uma bela exibição.

OS DESTAQUES DO JOGO

Depois de um par de tentativas falhadas e uma séria ameaça do Belenenses – Ndour desperdiçou uma oportunidade soberana num lance em que parecia existir posição irregular (7m) -, o FC Porto chegou à vantagem com estilo. Otávio colocou na frente, Sérgio Oliveira simulou e Toni Martínez ficou com espaço para um remate violento de pé esquerdo, sem hipóteses para Luiz Felipe.

O golo portista surgiu ao minuto 19 e, saliente-se, foi demonstrando ser vantagem curta perante um adversário que terá de subir de nível para fazer uma época sem sobressaltos na Liga.

Petit teve de mudar sete titulares em relação à anterior visita ao Estádio do Dragão, na última jornada do campeonato passado, e a equipa demonstrou fracos argumentos no recinto azul e branco.

Sérgio Conceição podia ter apresentado o mesmo onze com que goleou o Belenenses em maio (4-0). Marchesín, Manafá, Diogo Leite e Grujic continuam no clube, embora o médio esteja lesionado.

Bruno Costa foi a maior novidade no esquema do FC Porto, juntando-se aos jovens Diogo Costa e João Mário e a Sérgio Oliveira na montra de produtos da formação portista.

Seria João Mário, novamente em bom plano, a cruzar para o 2-0 de Luis Díaz, após excelente trabalho no flanco direito (65m). O colombiano, punido pouco antes por simular um penálti – o árbitro assinalou o castigo máximo mas reverteu a decisão depois de consultar as imagens – festejou com pomba e circunstância.

A formação azul e branca marcou dois golos, ficou a dever a si mesma outros tantos e cumpriu com distinção no reencontro com os adeptos no Dragão. Para FC Porto e Belenenses, o mercado ainda deverá trazer várias novidades até final de agosto.

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