Rio Ave-Gil Vicente, 3-0 (crónica)

André Cruz , Estádio dos Arcos, Vila do Conde
6 abr, 17:21

Três pontos para cantar de galo

Foram meia dúzia de jornadas sem saber o que era vencer e as últimas cinco sempre a empatar, mas o Rio Ave pôs fim a esse ciclo com a retoma aos triunfos, na receção ao Gil Vicente (3-0). Os vilacondenses conseguem, assim, a maior vitória da temporada - dá mesmo para cantar de galo.

Um encontro entre duas equipas que praticam futebol positivo e que gostam de ter bola, mas foram os vilacondenses quem melhor a soube usar e, quando assim é, a vitória fica sempre mais perto.

A superioridade do Rio Ave foi evidente e ao intervalo a vantagem já era relativamente confortável. No recomeço, os gilistas ainda esboçaram uma reação, que foi por água abaixo por volta da hora de jogo, quando Tidjnay Touré foi expulso.

Com este triunfo, a equipa de Luís Freire ultrapassa os gilistas na tabela e respira melhor na luta pela permanência.

FILME DO JOGO

Luís Freire fez quatro mexidas na equipa, três delas forçadas, enquanto Vítor Campelos também trocou quatro peças, mas por opção técnica. Uma opção que saiu ao lado, até porque ao intervalo o técnico gilista mexeu na equipa, certamente insatisfeito com o que estava a ver.

O Rio Ave voltou a mostrar que é uma equipa talhada para jogar em Vila do Conde, tal como Campelos alertou na antevisão, e exerceu uma pressão alta frente aos barcelenses, que perderam muitas bolas no próprio meio-campo, assim que tentavam iniciar as jogadas. A jogar contra o vento, quando optavam pelas bolas longas, os gilistas também não tinham sucesso.

Por outro lado, os vilacondenses estiveram muito bem organizados defensivamente, com uma linha de cinco, que passava a três no momento de ataque. Aí, o Rio Ave esteve num patamar quase de excelência. Envolveu vários jogadores no processo defensivo, chegou ao último terço de forma rápida e maioritariamente com perigo.

Um claro exemplo disso foi o lance do 1-0. Os vilacondenses desenvolveram a jogada pela direita, Joca tirou o cruzamento atrasado e João Teixeira apareceu soltou na zona de penálti, para rematar colocado. A transição defensiva ficou muito mal vista neste lance, que até pode ser explicado pela ausência de Mory Gbane – o médio defensivo ficou de fora do onze e faltou claramente quem fechasse aquele espaço à frente dos centrais.

O Gil Vicente estava num «dia menos», ao passo que o Rio Ave conseguia exprimir em campo todas as suas virtudes. E a apatia dos gilistas foi ainda mais penalizada em cima do intervalo, quando um penálti por mão na bola de Martim Neto estendeu a passadeira para Aziz marcar e dar conforto aos vilacondenses.

Após o intervalo, Campelos renovou por completo o corredor direito, com as saídas de Alex Pinto e Murilo, para dar lugar a Zé Carlos e Maxime Domínguez.

A palestra em tempo de descanso pareceu surtir efeito, porque os barcelenses entraram com outra dinâmica e mais perigosos, sobretudo por causa do irrequieto Tidjany Touré. O extremo, contudo, ficaria ligado ao momento que deixou o Gil Vicente sem hipóteses de correr atrás do resultado.

O francês, formado no PSG, tinha visto um cartão amarelo algo contestável no primeiro tempo e, à hora de jogo, teve uma entrada que, embora inocente, é proibida a alguém «amarelado». Touré pisou Tanlongo a meio-campo e viu o segundo cartão amarelo, recebendo de imediato ordem expulsão.

De imediato foi, também, o terceiro golo do Rio Ave. O Gil Vicente ainda estava a assentar ideias com 10 jogadores, quando Vrousai e Fábio Ronaldo combinaram no lado esquerdo e o português tirou o cruzamento para Joca, completamente solto, encostar.

A partir de então, o jogo tornou-se algo anárquico. Por um lado, o Gil Vicente tentou minimizar estragos e, por outro, o Rio Ave tentou aproveitar os vários espaços que os barcelenses deixaram, fruto da ânsia de ainda reduzirem o marcador.

Nenhuma das equipas, porém, conseguiu marcar e o «placar» fechou com o 3-0 que não explica a diferença entre estes conjuntos, mas traduz exatamente aquilo que se passou no relvado.

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