Belenenses-Sporting, 1-4 (crónica)

Nuno Travassos , Estádio Nacional, Jamor
2 fev 2022, 22:50
Belenenses-Sporting (JOSE SENA GOULAO/LUSA)

Aí está uma PPP que dá lucro

Em Portugal discute-se muito a rentabilidade das parcerias público-privadas, mas no que diz respeito ao Sporting não restam dúvidas de que essa solução dá lucro, por mais reservas que levantem os empréstimos.

Os números são claros, e a goleada ao Belenenses, no Jamor, reflete sobretudo os rendimentos retirados da parceria entre Porro e Pablo: um golo e uma assistência para cada um dos aliados espanhóis da ala direita leonina.

Se Pote teve uma noite mais discreta, o terceiro P pode ser de Paulinho, autor de um «bis» no dia em que Islam Slimani regressou a Lisboa para dar a Ruben Amorim mais uma alternativa para a frente de ataque.

O Belenenses teve o mérito de reentrar no jogo a dada altura, mesmo já perante um contexto muito desfavorável, mas saiu goleado, e voltou a mostrar as limitações que fazem dos azuis os principais candidatos à despromoção, como atesta a classificação.

Provavelmente o argumento do jogo não seria muito diferente, mas a lesão de Nilton Varela, logo nos instantes iniciais, complicou ainda mais a tarefa da equipa da casa, tendo em conta que foi pelo lado direito que o Sporting construiu as bases do triunfo.

Lukovic nem teve tempo para aquecer antes de Porro e Sarabia desenharem o lance do tento inaugural, no qual o jogador cedido pelo Paris Saint-Germain deixou Paulinho na cara do golo.

Estavam cumpridos apenas onze minutos de jogo, e bastaram mais seis para que a equipa leonina aumentasse a vantagem. Porro trocou de papel com Sarabia, apareceu mais pelo meio, mas teve o espaço suficiente para armar um remate potente e sair a festejar para a bandeirola de canto.

Como se a tarefa não fosse já suficientemente difícil, a equipa de Franclim Carvalho parecia precocemente derrotada, mas teve a honorabilidade de ir à luta. E num curto espaço de tempo ainda pensou no empate, já que Abel Camará reduziu a diferença ao minuto 21 (com um belo pontapé de primeira, com o pé esquerdo), e pouco depois apareceu na cara de Adán, mas viu o guarda-redes espanhol negar-lhe o «bis».

Tempo para Marcus

Foi um período em que a equipa da casa conseguiu condicionar melhor a primeira fase de construção do Sporting, através de Abel Camará, Safira e Afonso Sousa, e também acertou melhor as marcações em zonas mais recuadas, com Carraça a fazer de terceiro central, juntando-se a Yohan Tavares e Danny na missão de tentar travar Pote, Paulinho e Sarabia.

Para infelicidade de Franclim Carvalho, esta fase durou pouco. Ainda antes do intervalo o Sporting aumentou novamente a vantagem, com um golo de Pablo Sarabia, já depois de duas ocasiões desperdiçadas por Pote.

Um golpe duro para a equipa da casa, agravado logo no arranque da etapa complementar, com Paulinho a aproveitar um cruzamento teleguiado de Porro para bisar.

Perante a perspetiva de goleada, Ruben Amorim começou cedo a gerir os recursos. Lançou logo Daniel Bragança e Gonçalo Esteves, depois Tabata e Rúben Vinagre, para promover a estreia de Marcus Edwards ainda com vinte minutos por jogar.

O reforço inglês ainda ameaçou um golo para abrilhantar a primeira exibição de leão ao peito, e retribuir logo o entusiasmo demonstrado pelos adeptos, mas as contas do jogo já estavam fechadas.

O Sporting está novamente a seis pontos de distância do líder FC Porto, mas agora com seis pontos de avanço do rival Benfica.

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