Portimonense-P. Ferreira, 1-0 (crónica)

6 fev 2023, 21:10

Longa se tornou a espera algarvia

Três meses depois, o Portimonense regressou aos triunfos na Liga portuguesa com um golo ao minuto 90+8, perante um Paços de Ferreira que jogou toda a etapa complementar em inferioridade numérica. O brasileiro Maurício, um de 11 (!) reforços da equipa de Paulo Sérgio, decidiu o encontro no período de compensação (1-0).

Um breve olhar para a classificação da Liga transmitiria a ideia errada para este encontro. Se é certo que o Portimonense está acima da linha de água e o Paços de Ferreira está no fundo, é igualmente verdade que os papéis inverteram-se face ao passado recente das equipas.

A formação algarvia vinha de três meses sem vitórias no campeonato e evidenciou alguma intranquilidade desde o apito inicial. Para além disso, sofrera oito golos nos últimos dois jogos, um desempenho defensivo que não agradou a Paulo Sérgio e que colocou a nu as fragilidades do Portimonense nesse capítulo.

FICHA DE JOGO

Ora o Paços de Ferreira, após duas vitórias nos últimos quatro jogos, surgiu em Portimão com a motivação em alta, em nítido contraste com o adversário desta segunda-feira. Vindos de um triunfo frente ao Gil Vicente, os castores apresentaram o mesmo onze e uma segurança no seu jogo que surpreende face à posição que ocupa na tabela.

Foi por isso uma primeira parte em que o Portimonense procurou ter bola – e teve-a, de facto – e o Paços soube explorar as dificuldades da formação caseira nas transições defensivas. Até ao intervalo, a equipa de César Peixoto criou quatro boas oportunidades de golo.

Butzke atirou para grande defesa de Nakamura e falhou incrivelmente a recarga (11m); Nico Gaitán rematou à trave (28m), Butzke cabeceou por cima (29m) e Lucas quase fez autogolo após nova intervenção do guarda-redes local (38m).

A equipa de Paulo Sérgio resistiu sem ir além de um golo anulado a Róchez por fora de jogo ao avançado hondurenho (17m), uma das quatro novidades no onze após o desaire frente ao Boavista no Bessa por 4-2.

Bryan Rochéz viria a ser novamente apanhado em posição irregular após o intervalo, quando esboçava o festejo de novo golo, após cruzamento de Klinsmahn (52m). Por essa altura, o Paços de Ferreira já estava em desvantagem numérica.

Miguel Nogueira mostrou apenas um cartão amarelo ao longo da primeira parte: a Maracás. E seria precisamente o deesa-central pacense a ver nova cartolina amarela, no reatamento do encontro (47m), num lance em que saltou para cabecear a bola e acabou por acertar em Moufi com o cotovelo.

César Peixoto viu-se obrigado a redefinir o seu desenho – saíram Gaitán e Luiz Carlos para as entradas de Ferigra e Zé Uílton (57m) – mas a formação visitante continuou por cima no encontro, com uma atitude louvável e uma inteligência tremenda no posicionamento em campo.

Foi o Paços de Ferreira, aliás, a criar mais uma grande oportunidade de golo ao minuto 68, quando Nakamura fez mais uma intervenção providencial, a cabeceamento de Nuno Lima. Depois, a dois tempos, Pedrão afastou o perigo.

Paulo Sérgio esperou demasiado tempo para começar a mexer na sua equipa. Quando o fez, ao minuto 74, recorreu a mais dois dos 11 reforços de inverno do Portimonense, uma aposta sem paralelo no futebol português.

Os últimos quinze minutos de jogo foram de pressão natural da equipa da casa, que viu Marafona a negar o golo a Welinton ao minuto 77. Mesmo perante a enxurrada de caras novas, foram as figuras de sempre a tentar levar os algarvios ao triunfo: após canto cobrado por Paulo Estrela, Filipe Relvas desviou de cabeça e Welinton Júnior rematou cruzado com muito perigo (82m).

O Paços foi recuando no terreno, procurou jogar com o relógio e caiu no último minuto do período de compensação, quando Rochéz amorteceu uma bola à entrada da área, Maurício rematou e agradeceu um desvio de Rui Pires para deixar Marafona sem reação. Festa incrível em Portimão, balde de água fria para os visitantes.

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