P. Ferreira-Desp. Chaves, 1-1 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Capital do Móvel, Paços de Ferreira
8 jan 2023, 17:35

No regresso, um ponto de partida

Não há mal que sempre dure, mas em Paços de Ferreira ainda não se aplica essa máxima (em pleno).

O regresso de César Peixoto ao comando técnico dos castores, quase três meses após a saída, significou o regresso aos pontos, mas ainda a ausência de vitórias ao fim de 15 jornadas.

É um ponto de partida, no regresso.

Juninho deu vantagem ao Desportivo de Chaves, mas Zé Uilton igualou e o 1-1 ditou um ponto para cada lado, pondo fim a seis derrotas seguidas dos castores. Os dois golos surgiram na segunda parte.

O desfecho ilustra em boa parte o equilíbrio global no jogo, com fases melhores de uma e outra equipa. Seria, na verdade, penoso alguém sair derrotado. O Paços, sobretudo, porque bem fez por mostrar uma imagem renovada, crença e vontade em, no primeiro jogo de 2023, virar a página dos resultados negativos. E o Chaves, porque mostrou qualidade e capacidade para sair com pontos da Capital do Móvel.

Num onze com cinco mudanças face a Alvalade – com destaque para os reforços Marafona, Maracás e Alexandre Guedes (todos em estreia), o Paços entrou bem, decidido a povoar o meio-campo contrário e à procura da vantagem. Os adeptos iam gostando do que estavam a ver, mas faltou incomodar com mais clareza o guarda-redes Paulo Vítor.

Numa primeira parte fortemente marcada pelo capítulo disciplinar – Fábio Veríssimo mostrou seis amarelos – o Chaves acabou por construir ocasiões mais perigosas, através de boas jogadas entre a linha média e a defensiva do Paços. Obiora, por duas vezes, aos 18 e 22 minutos, foi o finalizador, mas a pontaria não afinou para resultar em golo.

O equilíbrio manteve-se, num jogo rasgadinho, marcado a espaços pela chuva e com uma ocasião para cada lado a fechar a primeira parte. Zé Uilton viu Paulo Vítor voar para uma belíssima defesa (42m) e João Teixeira falhou por centímetros o golo (45m).

Pelo que se estava a ver, a segunda parte prometia vários motivos de interesse e o Paços, à semelhança da primeira parte, reentrou bem, à boleia de várias iniciativas de Gaitán, que ficou a dever a si melhor pontaria para abrir o marcador no primeiro remate do segundo tempo.

Depois… Depois paciência de parte a parte, esforço e pouco engenho até ao minuto 67. O Paços ia tentando, mas Nélson Monte e Steven Vitória iam formando uma dupla quase intransponível na retaguarda flaviense, até que Juninho abriu a porta da vantagem ao Chaves, num remate frontal em que beneficiou de um desvio num adversário para bater Marafona.

Dificilmente podia ficar pior para o Paços, mas a reação surgiu, Peixoto lançou no imediato Thomas e Adrián Butzke e o empate surgiu ao fim de sete minutos. Thomas, lançado entre os centrais, pecou na definição, mas a bola sobrou para Zé Uilton que, já com Paulo Vítor fora do alcance da bola, só precisou de encostar.

Os castores animaram em busca da vitória e até que acabaram por cima, com destaque para Paulo Vítor, responsável por negar a reviravolta num livre potente de Antunes e depois num remate de Nuno Lima, na compensação. O Chaves podia ter acabado em grande, mas Marafona fez a mancha a Sandro Cruz e manteve um ponto que, não sendo o ideal, marca a partida de um novo ciclo à procura da recuperação em Paços. O Chaves chega aos 20 pontos e fecha a primeira metade da tabela.

Relacionados

Patrocinados