Extremo leva cinco remates com sucesso na Liga: metade dos conseguidos pelo Nacional. Em exclusivo ao Maisfutebol fala desse feito, da formação em Alvalade e do sonho de ser chamado por Fernando Santos
Foi colega de Rui Patrício e Adrien nos escalões de formação do Sporting, onde esteve nove anos, e representou as seleções nacionais desde os sub-18 aos sub-21. Natural do Barreiro, com 25 anos, Marco MatiasO extremo português marcou metade dos golos da equipa no campeonato: ou seja, cinco em 10.
«É uma sensação estranha. Trocava os cinco golos por cinco vitórias porque o que mais importa é a equipa»
«É claro que estou feliz com os golos e com as exibições mas, como já disse, é um sabor um pouco agridoce devido à classificação da equipa.»
Dois dos cinco golos marcados na Liga aconteceram na última segunda-feira, durante o dérbi com o Marítimo. Foi a primeira vez que Marco Matias bisou num jogo do campeonato.
«Já procurava isso há algum tempo e foi bom ter sido num jogo importante contra um rival»
Depois de um longo percurso nas seleções jovens de Portugal, o extremo do Nacional não esconde que já sonha com a seleção principal, apesar da forte concorrência para a posição.
«Não gosto de estabelecer marcas em termos de golos, quero sim continuar a marcar para, quem sabe, poder representar um dia a Seleção Nacional. É o meu grande sonho. Espero conseguir alcançá-lo»
A adaptação demorada dos novos jogadores
À 12ª jornada, o Nacional é 12º classificado com apenas 12 pontos somados. Tem apenas três vitórias até agora.
«É um plantel com muitos jovens, muitos deles sem experiência de I Liga, e com muitas nacionalidades. A adaptação demora mais tempo, mas temos de dar tempo ao tempo»
«A vitória frente ao Marítimo foi importante mas há que dar sequência. Temos consciência de que perdemos muitos pontos, mas acredito que ainda é possível chegar aos lugares mais cimeiros da tabela. Vamos tentar recuperar»
Marco Matias vê no Nacional «uma oportunidade para crescer como jogador»
A saída do Sporting
Dos infantis aos juniores, o Sporting foi a casa de Marco Matias. Mas depois, na passagem para os seniores, não houve sequência.
«O Sporting é a melhor escola de futebol portuguesa e uma das melhores do Mundo. Foi muito bom para a minha evolução pois aprendi muito. Saí mais completo como jogador e como pessoa»
«Na altura não havia equipa B, nem a falta de dinheiro que há hoje em dia e que leva os clubes a apostar nos jogadores portugueses. O jogador português é de top mundial…mas havia muito dinheiro naquela altura. Dava para gastar dinheiro de olhos fechados em jogadores de fora e o jogador português ficava de parte»
Matias exemplificou depois. «Quando joguei nas seleções jovens, na seleção de Espanha havia jogadores com 16 e 17 anos que já estavam integrados nos plantéis principais das respetivas equipas. São outras realidades»