Marítimo-Santa Clara, 3-1 (crónica)

Raul Caires , Estádio dos Barreiros, Funchal
25 fev 2023, 20:29
Marítimo-Santa Clara (HOMEM DE GOUVEIA/LUSA)

Marítimo vence duelo insular com reviravolta épica

Mas que jogo que o Marítimo e o Santa Clara ofereceram este sábado aos adeptos do futebol! Ambos os técnicos, na antevisão, qualificaram a partida como uma final para as contas da manutenção. Não se sabe onde é que as duas equipas vão estar no final do campeonato, mas este duelo insular permitiu aos madeirenses deixarem pela primeira vez nesta época a zona de despromoção direta, por troca com os açorianos, num duelo que ganho com reviravolta no marcador e muita emoção, sobretudo no segundo tempo, que viu três golos.  

Como esperado, o Marítimo entrou a querer mandar no jogo, pressionando alto mas sem conseguir criar desequilíbrios uma vez chegado à zona de finalização. O Santa Clara tapava muito bem os caminhos para a baliza à guarda de Gabriel Batista, e quando recuperava a bola, ia mostrando muita acutilância nas transições rápidas. 

O domínio madeirense começou a perder força à medida que o perigo começou a rondar as redes de Marcelo Carné, sempre lances de contra-ataque. O japonês Tagawa deixou o primeiro grande aviso aos 9 minutos. Zainadine ainda respondeu pouco depois num cabeceamento algo perigoso, na sequência de um canto, mas em novo contragolpe, Gabriel Silva viria a inaugurar o marcador para os açorianos, aos 18, após boa assistência de Nanu.

A equipa de José Gomes tardou em reagir e até pôs-se a jeito para sofrer o segundo dois minutos depois, mas Bruno Almeida, em boa posição, atirou ao lado.

Estava-se a jogar uma final, e o Marítimo teve de imprimir mais velocidade ao jogo ofensivo e intensidade na tarefa de não deixar os açorianos saírem do seu meio campo defensivo como estavam a conseguir. O perigo passou a rondar a área de Gabriel Batista, que foi chamado a intervir em várias ocasiões, mas os lances dos madeirenses surgiam após muito esforço e acabavam por ser resolvidos com alguma facilidade, até porque muitos dos remates saíam pela linha de fundo. 

A única exceção perigosa a esta regra verificou-se já perto dos 45, quando Geny Catamo rematou em plena área para a defesa incompleta de Gabriel Batista, com o guardião a parar depois a recarga de Riascos, que entrou aos 40 para o lugar de Beltrame. Foi o lance mais perigoso dos madeirenses em toda a primeira parte, que dominou em posse de bola (75%-25%), remates (14-5) e cantos (7-0). Mas a equipa de Jorge Simão foi para o descanso na frente do marcador.

Bailinho madeirense em 45 minutos

Das cabines voltou o mesmo Santa Clara e um Marítimo com mais uma alteração: Moises Mosquera rendeu René Santos no eixo da defesa. Mas tudo igual nas estratégias e na toada de jogo vistas na etapa inicial da partida. Os verde-rubros procuravam manter os açorianos no seu meio campo defensivo, mas com o sobrepovoamento que encontravam na grande área, viam-se obrigados a tentar a meia distância, com destaque para dois remates de Riascos, que saíram muito ao lado antes do minuto 47. Mas foi o Santa Clara, novamente em contra-ataque, a ficar muito perto do 2-0, com Gabriel Silva a atirar ao lado, com a bola a passar muito perto do poste direito da baliza de Carné.

A insistência madeirense manteve-se em grau elevado, e veio a dar frutos, embora com alguma felicidade, após vários lances em que a equipa procurou diagonais e tabelas dentro da área açoriana. Aos 61, Winck foi até à linha cruzar, mas Kennedy Boateng acabou por desviar a bola para a sua própria baliza. Estava feito o empate, mas a cambalhota no marcador já estava em marcha.

Dez minutos depois, um remate Winck é desviado num braço de Xavi Quintillà, e Artur Soares Dias não teve dúvidas em assinalar grande penalidade. O VAR validou a decisão e o lateral brasileiro, habitual marcador de castigos máximos dos verde-rubros, atirou para o meio da baliza, com Gabriel Batista a cair para lado direito.

Estava em andamento o bailinho da Madeira, que virou o jogo nos segundos 45 minutos.

Agora sim, chegou o tempo de mudar estratégias. O Santa Clara teve de assumir o jogo e ao fazê-lo abriu espaços para o contragolpe do Marítimo. Aos 78, uma bola longa de Winck é ganha por Riascos e o colombiano ganha na pressão para cruzar rasteiro para o coração da área, onde Liza só teve de encostar para o 3-1. Os açorianos não desistiram até ao fim, causando alguns problemas a Marcelo Carné, mas o marcador de uma reviravolta épica e digna de um jogo com estatuto de final não mais mexeu.

Resumo da vitória do Marítimo sobre o Santa Clara:

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