Marítimo-FC Porto, 0-2 (crónica)

Raul Caires , Estádio do Marítimo, Funchal
1 fev 2023, 21:08

Dragão sai ileso de um Caldeirão em ebulição

O FC Porto manteve-se hoje na perseguição aos lugares da frente ao vencer por 2-0 na visita ao Marítimo, em jogo da ronda 18 da I Liga de futebol que viu as equipas ficarem reduzidas a dez elementos, e sem Sérgio Conceição e Vitor Bruno no banco de suplentes, ainda antes do intervalo.

Os dragões sofreram muito na primeira parte, muito por culpa de um Marítimo combativo e incisivo nas transições rápidas. Mas tudo mudou no segundo tempo, com um regresso das cabines que trouxe dois golos entre os minutos 50 e 55. O dragão arrefeceu a cabeça ao intervalo, e acabou com as dúvidas.  

Ambas as equipas foram a jogo com novidades nos onzes iniciais: nos dragões, Bernardo Folha estreou-se a titular, acontecendo o mesmo com o Riascos, reforço de inverno dos insulares. 

O arranque da partida mostrou muita combatividade, com os lances a serem disputados, de parte a parte, com muita intensidade e também com muitas faltas. Com poucos espaços concedidos para jogar, o perigo raramente rondou as duas balizas até perto da meia hora.

A equipa de José Gomes, que já tinha assinado os melhores lances para chegar ao golo, começou a conseguir libertar-se com maior acutilância ofensiva e a semear o medo no último reduto portista. 

Bruno Xadas assinou dois grandes momentos. Primeiro rematando ao lado com muito perigo e depois para obrigar Diogo Costa a efetuar uma grande defesa. Pelo meio, Val Soares também obrigou o guardião internacional a mostrar a qualidade que se lhe reconhece.

Os insulares estavam por cima do jogo, que continuava com muitas faltas, mas os ânimos começaram a aquecer em demasia e de um momento para o outro, o FC Porto viu o técnico adjunto Vitor Bruno ser expulso, por protestos, e pouco depois ficar reduzido dez, após Bernardo Folha ver também o cartão vermelho (por acumulação de amarelos). Sérgio Conceição, também por protestos, acabou por receber ordem para regressar às cabines mais cedo.

Adivinhava-se uma tarefa muito difícil para os dragões, mas Pablo Moreno, aos 42, encarregou-se de equilibrar as contas em campo. Uma entrada fora de tempo valeu-lhe o segundo amarelo e consequente vermelho. José Gomes, que já havia alertado Val Soares (também amarelado) para ter cuidado, nem queria acreditar no lance protagonizado pelo jovem avançado espanhol.

O descanso chegou com os ânimos ainda quentes, mas ambas as equipas já sabiam que era preciso mais cabeça para encarar a etapa final da partida. Neste capítulo, o treinador do Marítimo apostou em três alterações (entradas de Vidigal, Liza e Nito para os lugares de Riascos, Léo Pereira e Val Soares) contra uma do lado portista (Taremi cedeu o lugar a Evanilson).

As alterações de José Gomes acabaram por revelar-se infrutíferas. O FC Porto reentrou a todo o gás na partida e gozando de muitas facilidades defensivas, acabou por inaugurar o marcador e ampliar a vantagem no espaço de cinco minutos. Aos 50, Wendell atirou para o 1-0, num belo remate à entrada da grande área. Depois foi a vez de Galeno, bem servido por Pepê, assinar o 2-0, num lance rápido e bem desenhado.

A vantagem, claro está, elevou a confiança da equipa de Sérgio Conceição, ante um Marítimo que passou a encarar o duelo sem o melhor discernimento. Mais confortáveis, os dragões passaram a controlar o jogo, não descartando o ataque (Galeno ameaçou bisar num par de ocasiões), enquanto os ‘leões das ilhas’ foram tentando, sem grande eficácia e sobretudo em lances de bola parada, chegar perto da baliza de Diogo Costa. 

O guardião portista ainda teve de se aplicar em algumas ocasiões, mas o cronómetro esteve na posse da formação da Invicta. 

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