Boavista-Estoril, 1-1 (crónica)

Vítor Maia , Estádio do Bessa, Porto
27 set 2021, 23:21

Ninguém soube fazer xeque-mate

Ninguém ganhou no tabuleiro do Bessa. Boavista e Estoril estiveram em xeque, mas nenhuma equipa foi capaz de fazer xeque-mate

O jogo foi, no fundo, um contraste de estilos. A equipa-sensação deste arranque de Liga não teve olhos suficientes para a baliza contrária e foi travada por um Boavista inteligente, pragmático e consciente do que tinha de fazer.

O campeão da edição passada da II Liga é uma equipa de autor. Depois de ter abdicado ligeiramente da sua ideia frente ao Sporting, a equipa da Linha mostrou que estava no Bessa para mandar no jogo com bola. Foi assim, por exemplo, que esteve perto de abrir o marcador aos oito minutos não fosse a falta de pontaria de Arthur.

O Estoril foi dono e senhor da bola no entanto, faltou-lhe ser mais agressivo na hora de atacar a baliza do estreante (na Liga) Beiranvand. Os canarinhos chegavam bem ao último terço, mas raramente conseguiam finalizar.

O Boavista, por sua vez, sentiu dificuldades para sair a construir. O adversário não pressionava o trio de defesas – Javi, Abascal e Porozo – e não concedia espaços para ligar jogo. Por isso, os axadrezados recorreram algumas vezes ao gigante Musa para construir. O lance que origina o penálti cometido por Chiquinho foi sintomático: Javi tocou para Musa e este deu, de primeira para Nathan que após driblar Lucas Áfrico, cruzou até a bola bater no braço do extremo na leitura do árbitro que viu as imagens no monitor.

Gustavo Sauer cravou uma diferença de 11 metros entre as duas equipas. 1-0. Enfim, o resultado tinha tanto de justo como de injusto. O Estoril sentiu o golpe e foi sempre o Boavista quem mais ameaçou marcar por Gorré e Musa.

O Boavista imaginou que se poderia sentar no conforto do 1-0. Porém, o Estoril cedo mostrou que estava disposto a mostrar uma versão mais condizente com o que exibira até então na Liga. Apesar de um par de ameaças canarinhas, foi a pantera a mostrar as garras com um pontapé de Gorré que Dani Figueira defendeu com dificuldade.

Os números mostravam claramente a tendência do jogo: o Estoril tinha 65 por cento de posse de bola contra 35 do Boavista. No entanto, os axadrezados tinham mais remates que o adversário (7-5).

Bruno Pinheiro recorreu ao banco e lançou António Xavier e Franco para os lugares de Gamboa e de Arthur. O jogo de xadrez virou a favor do Estoril em quatro minutos. André Franco, praticamente na primeira vez que tocou na bola, fez o empate num remate acrobático e castigou a passividade axadrezada.

O Boavista mostrou ser uma equipa camaleónica, capaz de se adaptar rapidamente ao que o jogo exige. Foi, portanto, sem surpresa que os axadrezados rapidamente voltaram a ter capacidade de ferir o adversário. Estiveram a um remate eficaz de serem felizes, mas Ntep acertou mal na bola na cara de Dani Figueira.

Javi García rebentou fisicamente e deixou a pantera com dez jogadores nos minutos finais. Apesar de um susto enorme aos 90+6, o resultado acabou 1-1.

O Boavista permanece invicto no Bessa, a sua fortaleza, enquanto o Estoril perdeu pela primeira vez pontos longe do António Coimbra da Mota. 

VÍDEO: o resumo do empate no Bessa

 

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