Gil Vicente-Portimonense, 1-2 (crónica)

André Cruz , Estádio Cidade de Barcelos
4 nov 2022, 22:16

Nem com Cunha travam a caça algarvia ao leão

O Gil Vicente continua em queda livre na Liga e nem a cunha metida a meio da semana valeu aos barcelenses. Na estreia do novo treinador, Carlos Cunha, antigo técnico dos sub-23 que rendeu Ivo Vieira, os gilistas consentiram a quinta derrota consecutiva para o campeonato, esta diante do Portimonense (2-1) que, em sentido contrário, voltou a somar pontos.

De resto, as várias horas de caminho no regresso a casa nem vão custar muito aos algarvios, já que apanharam o Sporting na classificação, com 19 pontos.

O FILME DO JOGO

Carlos Cunha aproveitou o que de bom ainda tinha sobrado de uma equipa em clara quebra de confiança. Resgatando sensações do último jogo e em busca de as transportar para este, o novo treinador lançou Adrían Marín, Carraça e Pedro Tiba de início, sendo que os dois últimos tinham sido os motores da reação dos gilistas na derrota com o Sp. Braga.

Já Paulo Sérgio, muito por força das lesões, reformulou o meio-campo, com Diaby e Paulo Estrela, além de já ter podido contar com o capitão Moufi.

Apesar de ter pontuado na última jornada, o Portimonense também não atravessava um bom momento, já que antes disso tinha somado quatro derrotas consecutivas, as mesmas com que os gilistas chegavam a este jogo.

A necessidade de pontos para as duas equipas, talvez, influenciou a qualidade de jogo, sobretudo no primeiro tempo.

O Portimonense entrou mais receoso, enquanto o Gil Vicente tentou ter maior iniciativa, mas sem muito brilhantismo. Quem desequilibrou foi o poderio físico dos algarvios. Na sequência de um pontapé de canto, Diaby impôs-se à defensiva gilista, marcou posição e bateu o desamparado Kritciuk.

Seguiram-se momentos de nervosismo na equipa barcelense, naturais de uma equipa que ainda não encontrou o seu caminho neste primeiro terço de temporada. De resto, o Portimonense até poderia ter dilatado a vantagem, mas Diaby não conseguiu bisar perante a sensível defesa gilista.

O Gil Vicente, contudo, conseguiu serenar e recompor-se. O golo da equipa da casa parecia uma inevitabilidade e, por isso, o marcador também. Fran Navarro, o suspeito do costume, apareceu no sítio certo para corresponder ao cruzamento de Bilel e restabelecer a igualdade perto da meia hora.

Na segunda parte, o Gil Vicente foi vítima da vontade – mas mais do que isso, da necessidade – de ganhar. Os barcelenses lançaram-se para o ataque e deixaram espaço para os golpes visitantes. Se até certo momento os ataques algarvios pareciam inofensivos, Paulo Sérgio foi perspicaz e dotou a equipa de recursos que a pudessem levar à vitória e «caçar» o Sporting.

E assim foi. Yago Cariello estava bastante desgastado, não conseguia ganhar os duelos individuais com Rúben Fernandes e nem sequer estava a tomar as melhores decisões. Da mesma forma, também Anderson Oliveira aparentava já estar em claro défice físico.

O timoneiro algarvio, então, promoveu «sangue novo» e fez entrar Rui Gomes e Ricardo Matos, obreiros do golo que valeu os três pontos. O primeiro, de regresso a uma casa que bem conhece, desenhou a jogada individual pelo meio da defensiva gilista e serviu com mestria o segundo, que se limitou a desviar para a rede.

Silêncio. Foi o que se ouviu de seguida. O Estádio Cidade de Barcelos calou-se perante mais um anunciado desaire. A caminho da reta final do encontro, Carlos Cunha armou a equipa das peças mais ofensivas de que dispunha no banco, mas nem o irreverente Kevin Villodres conseguiu vergar a defesa do Portimonense, que está muito mais confortável na tabela e é, neste momento, muito mais equipa do que este Gil Vicente.

Patrocinados