Boavista-FC Porto, 1-4 (destaques)

Sérgio Pires , Estádio do Bessa, Porto
12 nov 2022, 22:45
Boavista-FC Porto

Galeno acelera avenida abaixo, em excesso de velocidade

A FIGURA: Galeno

Um bis e mais uma expulsão no bolso. O extremo brasileiro ganhou o lugar no lado esquerdo do ataque e voltou a ser decisivo. O jogador muitas vezes inconsequente, que tomava quase sempre a pior opção é uma memória cada vez mais esbatida, hoje Galeno é cada vez mais um digno sucessor de Luis Díaz – ainda que com as devidas distâncias para o craque colombiano: cada bola nos seus pés é um lance de potencial perigo. Hoje Galeno fartou-se de acelerar, avenida abaixo. Em excesso de velocidade, pelo menos, para os seus marcadores direitos.  

--

O MOMENTO: minuto 64. O golo dos mundialistas

Antes de partirem para o Qatar, Taremi e Eustáquio deixaram um presente aos adeptos portistas. O iraniano amorteceu de cabeça e o luso-canadiano disparou forte e colocado ao poste mais distante, sem hipóteses para Bracali. Assim se fez o 2-0 que encaminhou em definitivo a vitória dos dragões, um golo tanto mais decisivo já que, meia-dúzia de minutos antes, o Boavista havia ficado reduzido a dez.

--

OUTROS DESTAQUES:

Marcano

Jorge Costa, Zé Carlos e agora Iván Marcano. O capitão entrou para o galarim de defesas mais goleadores do FC Porto ao apontar o 25.º de dragão ao peito. Já tinha marcado ao Mafra e agora pertence a um trio ilustre na história azul e branca. Nada mau para um central que no início de época era quase carta fora do baralho para Conceição.

Pepê

Um desperdício de talento colocá-lo a lateral direito, talvez a posição em que o FC Porto está mais mal servido. Pepê corre, dribla, faz jogar e chega com perigo, mas muitas vezes está demasiado longe da baliza para fazer valer o seu virtuosismo. Defensivamente, não compromete, mas é no ataque e como extremo/ala que pode fazer ainda mais a diferença.

Otávio

Mais uma exibição incansável do internacional português, que terminou o jogo a servir Galeno para sentenciar a goleada. Otávio não vive à sombra do seu talento. Trabalha que se farta a cada 90 minutos. Um operário virtuoso, que muito jeito dará a Fernando Santos no Mundial do Qatar.

--

Makouta

É o dínamo do meio-campo axadrezado. Pela força física e capacidade de trabalho cabe-lhe a ele a tarefa de encher o miolo e carregar o piano. Sobretudo esta noite, em que Petit não pôde contar com o colombiano Seba Pérez. O problema é que as pilhas foram-se esgotando à medida que o jogo avançou. Escusada a entrada duríssima sobre Otávio num dos últimos lances do jogo.

Gorré e Bozenik

Duas boas mexidas de Petit. O avançado eslovaco entrou aos 72m e aos 75m disparou fortíssimo ao poste – puxando pelo público da casa logo de seguida. Já ao extremo de Curaçau havia de calhar a honra de apontar o único tento axadrezado ao cobrar um livre com um pontapé fortíssimo já em período de descontos: uma bola que também bateu no poste, mas desta vez entrou mesmo na baliza de Diogo Costa.

Patrocinados