Desp. Chaves-FC Porto, 1-3 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Municipal Engº Manuel Branco Teixeira
4 mar 2023, 22:43

Dragão com a chave da eficácia e a sofrer até ao fim para abrir a porta das vitórias

Em Chaves, o FC Porto pôs-se a jeito e só fechou mesmo a porta da vitória no fim (1-3).

O dragão não foi espetacular. Mas teve eficácia e classe nos golos para voltar aos triunfos e recolocar-se a oito pontos do líder Benfica.

Após as derrotas frente a Inter de Milão e, sobretudo, frente ao Gil Vicente no que toca à luta pelo título nacional, o FC Porto estava proibido de vacilar em Trás-os-Montes.

Mas ainda sofreu.

Mesmo depois da vantagem de 2-0 ao intervalo, dada pelos golos de Namaso e Otávio, a exibição estava longe de encher o olho e teve traços disso após o intervalo. Só o golo de Toni Martínez, na compensação, quando o Chaves já jogava com nove, descansou os azuis e brancos.

Depois do penálti marcado por Steven Vitória a abrir a segunda parte, o FC Porto, várias vezes sem o melhor fio de jogo, pôs-se até a jeito de um dissabor com o 2-1 a persistir no resultado. O Chaves, com dez no último quarto de hora, teve aspirações de chegar ao empate, fruto de um misto de apatia, calma com bola, falta de inspiração ou até confiança da equipa de Sérgio Conceição. Mas já com menos dois viu as esperanças hipotecadas.

Mesmo proibido de escorregar, Conceição surpreendeu, de certo modo, no onze inicial do FC Porto: já não contava com Galeno e Evanilson por lesão, com João Mário e Uribe devido a castigo e eis que Pepê e Taremi começaram no banco. Caso inédito para o iraniano na Liga esta época, depois de 22 jogos sempre a titular.

Toni Martínez e André Franco voltaram ao onze, assim como Grujic, Zaidu e Rodrigo Conceição e para a história da primeira parte fica sobretudo a classe de Namaso e de Otávio nos dois golos do FC Porto. Em ambos, Guima ficou menos bem do lado do Chaves.

Aos 15 minutos, Namaso contrariou a falta de pontaria anterior de André Franco e o calcanhar de Toni Martínez defendido por Rodrigo Moura para fazer o 1-0 para um FC Porto que viu na vantagem o melhor remédio para um jogo pouco vistoso. Após um passe de Otávio, o inglês enganou Guima e colocou a bola junto ao poste mais distante.

O Chaves, a espaços, foi uma equipa agressiva e com boa atitude. Até perigosa, em arrancadas de Euller pela esquerda, à boleia de um jogo pouco conseguido de Rodrigo Conceição. No meio de dois remates de João Mendes e Euller, foi, porém, Diogo Costa a quase dar uma oferta ao Chaves. Acabou a salvar a sua própria pele depois de um passe curto para Zaidu, ao fazer a defesa do jogo a cabeceamento de Jô (23m).

O FC Porto parecia uma equipa insegura e desconfiada, mas foi mais uma vez a eficácia a resolver todos os problemas. Após um canto curto na esquerda, Otávio passou por Guima e combinou com Eustáquio na área para dobrar a vantagem, colocando a bola ao mesmo canto do que Namaso no primeiro golo (43m).

Na segunda parte, a prova de que o jogo não foi tranquilo para o FC Porto foi a falta de Zaidu sobre João Mendes na área, para Steven Vitória reduzir a desvantagem flaviense. Antes disso, Marcano salvara Pepe, que errou na saída e quase originou um golo de Euller.

Os dragões só sacudiram alguma intranquilidade num belo remate de Namaso para defesa de Rodrigo Moura (65m). Pouco depois, o árbitro Manuel Oliveira equivocou-se ao expulsar Bruno Langa, corrigindo para mostrar o segundo amarelo e vermelho a Jô após lance com Otávio, merecendo sérios protestos da equipa da casa, sobretudo pelo lance do primeiro amarelo, em lance com Grujic.

Mas nem com mais um o FC Porto agarrou de uma vez por todas o jogo. Até o podia ter feito ao minuto 82, mas o golo de Toni Martínez foi adiado por fora de jogo de 21 centímetros e até ao sexto de oito de minutos de compensação. A passe de Taremi, que entretanto entrou - e já após a expulsão de João Mendes - o espanhol colocou a cabeça na bola para o alívio final e para confirmar o regresso do FC Porto às vitórias.

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