Casa Pia-FC Porto, 0-0 (destaques)

David Marques , Estádio Nacional, Oeiras
7 jan 2023, 23:03
Casa Pia-FC Porto (TIAGO PETINGA/LUSA)

Capitão Vasco dá o corpo ao manifesto

A FIGURA: Vasco Fernandes

Vasco Fernandes: comandou de forma exímia a linha defensiva dos gansos, que foi impenetrável na primeira parte, ao ponto da maioria das tentativas do FC Porto terem sido de meia-distância. Na segunda parte a pressão chegou a ser asfixiante, mas manteve o controlo emocional necessário para comandar as tropas e dar o exemplo com cortes importantes. Ao lado dele, Zolotic também fez uma exibição de nível elevadíssimo.

NEGATIVO: incapacidade criativa do FC Porto

A expulsão de Lucas Soares nos instantes finais da primeira parte abriu a brecha que faltava aos azuis e brancos. A organização defensiva do Casa Pia continuou a ser exemplar mas, contra dez, a equipa de Sérgio Conceição tinha a obrigação de ser mais incisiva e de definir melhor. Tempo não lhe faltou, mas faltou-lhe tudo o resto.

OUTROS DESTAQUES

Ricardo Batista: teve uma primeira parte mais tranquila do que talvez estivesse à espera, mas na etapa complementar, com o Casa Pia reduzido a dez e o FC Porto a apertar cada vez mais, foi submetido a trabalhos forçados. Entre os 71 e os 73 minutos fez três defesas: a primeira, com o pé, foi soberba e negou o golo a Toni Martínez. Aos 83 minutos teve uma saída em falso, mas sem consequências, e pouco depois executou um voo que fez as delícias dos fotógrafos atrás daquela baliza.

Taira: o elemento estabilizador do Casa Pia nos primeiros 45 minutos. O sentido tático irrepreensível permitiu-lhe ganhar praticamente todos os duelos. Aos 28 minutos foi ele quem evitou que um contra-ataque o FC Porto pudesse ser concluído com sucesso. A saída do parceiro Ângelo Neto por lesão (22m) não o fez abanar. Trabalhou de forma incansável… mas porque cansa, claro, e teve de sair a 25 minutos do fim.

Kunimoto: assim que começa a trabalhar a bola com o pé esquerdo percebe-se que é jogador de dimensão assinalável. Foi trocando de flanco com Godwin, mas foi com ele, no mesmo flanco, que quase criava uma boa ocasião perto do décimo minuto de jogo. Importante nas ligações que os gansos foram tentando fazer nas saídas para o ataque, seja na capacidade para reter a bola, seja na forma como encontrou várias vezes soluções para a entregar com eficácia.

Galeno: sofreu as duas faltas que valeram a Lucas Soares dois amarelos e a consequente expulsão nos instantes finais da primeira parte. Durante este período, foi um dos mais ativos no ataque, procurando frequentemente as diagonais desde o corredor esquerdo: rematou por mais do que uma vez e lançou Veron na área com um bom passe. Manteve a influência na etapa complementar, mas faltou-lhe algum discernimento. Esteve perto de marcar de cabeça aos 57 minutos.

João Mário: acutilância ofensiva e capacidade de desequilíbrio pelo corredor direito. Arrancou bons cruzamentos, como aquele que Galeno não concretizou, por pouco, em golo aos 57 minutos.

Wendell: tal como João Mário, também procurou desequilibrar nas subidas pelo corredor. O dele foi funcionando melhor, graças a boas combinações com Galeno.

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