Futebol profissional contribuiu com 667 milhões de euros para o PIB em 2022/23

27 fev, 12:00
Pedro Proença no parlamento (ANTÓNIO COTRIM/LUSA)

Indústria gerou 228 milhões de euros em impostos ao Estado. Volume de negócios ascendeu a 987 milhões de euros

O futebol profissional em Portugal contribuiu com 667 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) do país na época 2022/23, configurando um aumento de oito por cento em comparação com o período anterior, indica a sétima edição do Anuário do Futebol Profissional Português, divulgada esta terça-feira.

De acordo com o documento - elaborado de novo pela EY em parceria com a Liga – foi alcançada uma «contribuição recorde de 667 milhões de euros para o PIB», que «equivale a 0,26 por cento da riqueza nacional».

O organismo que tutela o futebol profissional em Portugal e as 34 sociedades desportivas abrangidas pela análise registaram, na última época, um «volume de negócios superior a 987 milhões de euros, mais 74 milhões do que em 2021/22».

Postos de trabalho descem ligeiramente, salários sobem

O mais recente Anuário indica ainda que o futebol profissional, compreendendo o organismo da Liga e as sociedades desportivas, foi diretamente responsável por 3504 postos de trabalho. Deste total, as 18 sociedades desportivas da I Liga empregam um total combinado de 2682 pessoas. Delas, 930 são jogadores, 257 treinadores e 1473 funcionários de áreas de suporte, gestão e administração.

Em comparação com a época 2021/22, este número de postos de trabalho desce. Eram antes 3595. Porém, Miguel Farinha, da EY, explicou que não se trata bem de uma diminuição. «Não é uma redução de postos de trabalho. Houve três sociedades desportivas que não conseguiram dar informação sobre o número de empregados. Não são as mais significativas em número, mas só essa pequena diferença ajuda, de repente, a demonstrar que há menos 90 pessoas, o que na realidade não se passa. Na realidade, temos mais ou menos o mesmo número do ano passado, o que é saudável nessa área», disse, aos jornalistas, após a apresentação.

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Por outro lado, há uma subida nos salários. Se no exercício anterior as remunerações ascenderam aos 319 milhões de euros (238 milhões só com jogadores), em 2022/23 os salários na I e II Liga «ascenderam a 364 milhões de euros, ocupando os jogadores o topo da tabela remuneratória, com um total agregado de ambas as competições de 269 milhões de euros».

A indústria gerou ainda «228 milhões de euros em impostos», mais seis por cento do que em 2021/22 (214 milhões de euros). Deste total fiscal, a I Liga representa 91 por cento (cerca de 208 milhões de euros), com o pagamento de IRS e contribuições para a Segurança Social a fixarem-se nos 178 milhões.

3,5 milhões de pessoas nos estádios

Ainda segundo o relatório, a época 2022/23, de regresso em pleno dos adeptos aos estádios, teve 3,5 milhões de pessoas nos campeonatos. Registou-se uma «ocupação média de 51 por cento» na I Liga, «a que se somam as 338 mil pessoas que assistiram nas bancadas aos jogos das equipas da II Liga, com uma ocupação média de 27 por cento».

«A indústria do futebol português reergueu-se»

Citado em comunicado, o presidente da Liga, Pedro Proença, assinala que «depois de ultrapassar as contingências provocadas pela pandemia de covid-19, a indústria do futebol reergueu-se» e defende que, na sequência dos resultados alusivos a 2022/23 – temporada de regresso sem restrições sanitárias dos adeptos aos estádios – é preciso reconhecer a importância do futebol profissional para a economia e para a sociedade em Portugal.

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«Chegou o momento de vermos finalmente reconhecido o papel deste setor no tecido económico e social português, garantindo ao futebol profissional as mesmas condições que são dadas a outras indústrias nacionais e àqueles com quem temos de competir a nível internacional», refere.

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