Benfica-Boavista, 5-1 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio da Luz, em Lisboa
29 jan 2019, 20:58

Mão cheia de determinação

Bruno Lage pediu «determinação» e os jogadores acrescentaram raça, pulmão e eficácia, mas também algumas falhas que provocaram alguns calafrios na Luz. A verdade é que o essencial foi conseguido da parte do Benfica que, com uma mão cheia de golos, mantém a pressão sobre o FC Porto e também a vantagem sobre o Sporting antes da visita a Alvalade na próxima semana. Um grande jogo de João Félix, mas também de Pizzi, Seferovic e Vlachodimos que fechou o jogo com uma defesa a uma grande penalidade.

Confira a FICHA DO JOGO

Um jogo que começou com um tremendo calafrio na Luz. Passe de Vlachodimos para Gabriel, má receção do brasileiro que permitiu a Tahar destacar-se diante do guarda-redes e atirar…ao poste. Um tremendo susto que obrigou o Benfica a redobrar os níveis de concentração. A verdade é que o aviso inicial permitiu ao Benfica arrancar para uma bela exibição. A equipa de Bruno Lage imprimiu velocidade ao jogo e desmontou facilmente o bloco defensivo que a equipa do Bessa tentou montar no relvado.

O novo Boavista, órfão de Jorge Simão e ainda sem Lito Vidigal, apresentou-se na Luz, sob o comando interino de Jorge Couto, bem arrumadinho no papel, com uma linha de quatro defesas reforçada com dois médios, Idriss e Tahar, que varriam toda a zona intermediária. Uma boa organização, mas demasiado estática que o Benfica desmontou em dois tempos, com passes em profundidade para as costas deste bloco ou com transições rápidas, que a equipa do Bessa não conseguia acompanhar.

O primeiro golo chegou ainda antes dos dez minutos e de bola parada. Livre de Pizzi, ligeiramente descaído para a direita, para o segundo poste onde João Félix entrou com tudo para marcar de cabeça. Estava aberto o caminho. O jovem avançado, depois da estreia frente ao Sporting, voltava a marcar de cabeça. O bloco do Boavista continuava lá, mas o Benfica não lhe dava qualquer importância, com Pizzi e Rafa, mais recuados, a abrir verdadeiras autoestradas para João Félix e Seferovic explorarem. O avançado suíço podia ter aumentado a vantagem logo a seguir, com a uma excelente receção na área, mas Helton Leite respondeu com uma mancha impecável e adiou o que, nesta altura, já parecia inevitável: o segundo golo do Benfica.

Rúben Dias, na sequência de um canto, ainda fez a trave abanar antes do Benfica chegar de facto ao segundo. Passe espectacular de trivela de Rafa Silva a lançar mais uma vez Seferovic que rematou de primeira para defesa difícil de Helton Leite. A bola ressaltou para o segundo poste onde surgiu Pizzi a encostar. Muito fácil. Um segundo golo que traduzia o crescimento do Benfica em campo face  a uma Boavista que pura e simplesmente não existia. No entanto, mesmo antes do intervalo, nova falha defensiva do Benfica e, desta vez, os axadrezados não desperdiçaram. Na sequência de um canto, Rúben Dias saltou com Gonçalo Cardoso, mas a bola bateu-lhe nas costas e ficou ali, à disposição de Talocha, que atirou a contar.

Um golo que dava uma nova vida ao Boavista, mesmo antes do intervalo, mas o Benfica voltou a entrar com a determinação previamente encomendada pelo treinador e acabou com qualquer expectativa dos visitantes. Mais uma transição rápida do Benfica, com João Félix a descer pelo corredor direito antes de despachar a bola com um passe teleguiado para Seferovic fazer o mais fácil. O jogo estava praticamente resolvido e o Benfica começava a poupar energias para Alvalade, mas sem nunca perder o controlo.

O Boavista ainda arriscou um pouco, subindo o bloco, mas acabou por consentir novo golo logo a seguir. Pizzi, com muito espaço, rematou forte à entrada da área, Helton Leite esticou-se todo e ainda defendeu, mas já não teve elasticidade para travar a recarga de Seferovic que bisou no jogo. Com Bruno Lage a gerir a equipa e os minutos a correrem para o final, ainda houve espaço para um golo de belo efeito de Grimaldo. Remate colocadíssimo com o pé esquerdo a levar a bola ao ângulo. Estava feito.

Calma. Já não houve mais golos, mas ainda houve mais motivos de festa na Luz. Um corte inadvertido de Samaris resultou numa falta sobre Carraça em plena área. Uma grande penalidade marcada por Mateus e defendida por Vlachodimos, com as bancadas a festejarem como se tivesse sido mais um golo.

A determinação pedida por Bruno Lage resultou, assim, numa mão cheia de golos que permitem deixar a derrota no clássico para trás e servem agora, de inspiração para o dérbi que se segue.

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