Sp. Braga-Famalicão, 2-2 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio Municipal de Braga
9 jan 2022, 20:05

Famalicão esteve à porta da história, mas não quis entrar

Final frenético. Marcos Paulo ameaça o terceiro do Famalicão, Galeno corria desenfreadamente para o terceiro do Braga. Tudo isto nos descontos. Nenhuma equipa desfez o nulo num período de compensação que parecia não querer chegar ao fim. Empate a dois em mais um duelo minhoto de final de primeira volta. O Famalicão esteve à porta da história, mas não quis entrar.

Sem qualquer triunfo em Braga no currículo em jogos do principal escalão do futebol português, a dez minutos dos noventa a equipa famalicense operou a cambalhota no marcador na pedreira, depois de jogar mais de uma hora com mais um elemento em campo. Um erro dos centrais Riccieli e Batubinsika deu a Mario González a oportunidade de resgatar um ponto.

Prémio para a luta dos guerreiros, mais um capítulo do pesadelo do Famalicão. Fez o mais difícil, entregou de mão beijada dois pontos que muita falta fazem na contabilidade da cauda da tabela classificativa. Ivo Rodrigues, o homem do jogo, merecia mais.

Guerreiros travam no vermelho

Disposto a sair da intermitência que têm sido os últimos jogos, o Sp. Braga tentou aproveitar o embalo da goleada em Arouca (0-6) para continuar na senda dos triunfos. Mesmo tendo Mario González no banco, Carvalhal voltou a apostar em Miguel Falé e logo aos treze minutos o jovem atacante serviu Ricardo Horta, que abriu o ativo.

Superioridade inequívoca dos guerreiros, traída dez minutos depois, quando Bruno Rodrigues foi expulso. Falta sobre Banza ainda no meio campo ofensivo do Sp. Braga, a não ter contemplações o árbitro Fábio Melo, deixando o Famalicão em superioridade numérica quando havia ainda uma hora de jogo pela frente.

Cresceu o Famalicão e precisou apenas de sete minutos para repor a igualdade no jogo. Grande golo de Rúben Lima, estreia a marcar, a encher o pé e a disferir uma bomba de primeira a corresponder ao cruzamento de Ivo Rodrigues da direita. O quarto de hora final da primeira parte  foi frenético, bola cá, bola lá com as duas equipas a ameaçar – e a ter oportunidades – para partir para o período de descanso na frente do marcador.

Risco calculado sai das contas no final

Nunca entregou as armas a equipa do Sp. Braga. A menos um homem tentou equilibrar o jogo e não se contentou com o empate. Exemplo disso é a inclusão de Galeno no jogo ao intervalo, um jogador de caráter ofensivo capaz de dar maior imprevisibilidade ao jogo dos guerreiros.

Neste limbo as duas equipas dosearam o risco. À partida um ponto para o Famalicão nem seria mau, um ponto que dadas as circunstâncias foi também ele ganhando importância para os arsenenalistas dada a inferioridade numérica. Registaram-se movimentações junto de ambas as balizas, com maior predominância para o Famalicão, mas sem o fulgor da primeira metade. Evoluía o cronómetro, longe de se imaginar o que seria a reta final.

A dez minutos dos noventa Ivo Rodrigues apareceu na cara de Matheus, driblou o guarda-redes e indicou o caminho do triunfo ao Famalicão. Mesmo em inferioridade o Sp. Braga partiu para cima do adversário lutando como pôde. Uma luta que ameaçava ser inglória. Até quem em cima do minuto noventa no jogo de indefinição entre  Riccieli e Batubinsika foi lá Mario González tirar partido para marcar. Que erro da defensiva do Famalicão, que displicência.

Prémio para os guerreiros, que empolgados pelo empate ainda ousaram mais e ameaçaram o terceiro. Um ponto para cada lado com sabor agridoce.

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