Spartak-Benfica: diretor-desportivo russo demite-se ao intervalo

4 ago 2021, 22:40
Rui Vitória no Spartak-Benfica (Maxim Shipenkov/EPA)

Dmitry Popov anunciou que vai remeter carta de demissão na quinta-feira. Rui Vitória soube da notícia na conferência de imprensa e pediu «estabilidade». Em causa a recusa do dono na contratação de Montiel, do River Plate

O diretor-desportivo do Spartak Moscovo, Dmitry Popov, afirmou ao intervalo do jogo com o Benfica (vitória portuguesa por 2-0) que vai apresentar, na quinta-feira, a demissão do clube, numa carta. Em causa, segundo a imprensa russa, está a recusa de o dono do clube, Leonid Fedun, na contratação do lateral-direito Gonzalo Montiel, do River Plate.

«A gota de água foi a história do lateral-direito Gonzalo Montiel do River Plate», disse Popov, a um repórter do jornal Sport Express, depois de terminada a primeira parte do jogo com o Benfica.

Popov disse ainda ter ficado surpreendido com a explicação de Fedun, que terá dito ao diretor-desportivo que o anterior treinador do Spartak, Domenico Tedesco, não daria aval a essa aquisição.

«Hoje, Fedun recusou o negócio mas, acima de tudo, fiquei impressionado com a explicação: “Esta é a opinião de Tedesco, e eu concordo com ele”. Também estou cansado de ser constantemente humilhado em público pela esposa do dono do clube [Marina Fedun]. Fedun prometeu resolver esse problema, mas nada mudou. Agora entendo: dado que a composição da equipa está a ser consultada com o seu Tedesco preferido, não pode ter mudado. Não suporto uma desconfiança aberta do meu trabalho. A única coisa que me resta fazer nessas condições é ir embora. Se a equipa tem a tarefa de lutar pelo campeonato, porque é que não confiam no diretor-desportivo ou no treinador?», afirmou Popov, ao Sport Express.

Na conferência de imprensa, Rui Vitória respondeu com a necessidade de «estabilidade», dizendo que ia perceber, depois, o que realmente se tinha passado.

«A questão do diretor-desportivo, eu vou saber exatamente o que se passou e tem de ser uma conversa pessoal para saber as razões. Mas, ainda não sabendo isso, o que posso dizer é que é fundamental que um clube desta dimensão consiga ter estabilidade. E estabilidade passa por continuidade de pessoas, por as pessoas acreditarem todas umas nas outras e trabalharem em conjunto. E quanto mais instabilidade houver – quando digo instabilidade, digo entrada e saída de pessoas – fica mais difícil para nós, profissionais, para trabalhar. É fundamental haver uma estrutura forte e o que quero e desejo é que essa estabilidade exista», afirmou Rui Vitória, falando ainda sobre o plantel.

«Em relação ao plantel, as coisas estavam conversadas com o diretor-desportivo, sobre as peças necessárias. Evidente que não vou dizer publicamente [ndr: os jogadores pretendidos], mas também é bom que saibamos que uma coisa é competir num campeonato nacional, outra dimensão é a Liga dos Campeões», expressou o técnico português.

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