Champions: Sporting-Besiktas, 4-0 (crónica)

David Marques , Estádio José Alvalade, Lisboa
3 nov 2021, 22:13

Que banho nos turcos

Tremendo! Arrasador! Memorável!

Duas semanas depois da goleada em Istambul, Sporting serviu a 40 mil pessoas um autêntico banquete de futebol. Do Besiktas nem sobraram os ossos. O leão devorou o adversário do início ao fim da noite e, mesmo a abarrotar com um gordo 4-0, ainda salivava quando o árbitro apitou para o final do jogo.

Na antevisão ao jogo, e ainda com lição de Coates bem fresca na memória, o treinador do Besiktas avisara para os perigos das bolas paradas do campeão português. Depois da goleada sofrida, a identificação de uma das maiores virtudes do leão. Mas, para corrigir, é preciso mais do que isso. É preciso organização coletiva e a equipa turca é, aparentemente, mais uma soma de jogadores do que propriamente um conjunto arrumado.

E isso explica em grande parte os zero pontos somados após quatro jogos. Haja Vida, Pjanic e Batshuayi (como teve há duas semanas), ou não, como sucedeu.

Nesta noite, o único golo sofrido de bola parada foi na conversão do penálti com que Pote inaugurou o marcador à meia-hora quando os homens de Amorim, ainda que com um ou outro sobressalto, já justificavam a vantagem depois de uma grande entrada em jogo.

Mas as bolas paradas são apenas uma das muitas virtudes do campeão português. E a manta turca foi demasiado curta para as esconder e tapar os caminhos da baliza do pobre Destanoglu.

A dupla Pablo & e Pedro mostrou-o logo nos minutos iniciais. Uma, duas, três vezes. Sempre que o Sporting acelerava, o castelo de areia turco ameaçava desabar.

Tal como em Istambul, o Sporting foi competente a associar o que tem de melhor às fragilidades do Besiktas. Mas desta vez fê-lo com tremenda segurança e sem passar pelos solavancos experienciados sobretudo nos minutos iniciais do jogo anterior. Fez, no fundo, o que Amorim pedira: ser melhor com bola. E o Sporting teve muita.

Depois do 1-0, tudo aconteceu com naturalidade e, até, tremenda facilidade. Pela fragilidade do adversário, mas sobretudo por mérito do conjunto de Ruben Amorim. É que há poucas equipas que pressionam com a efetividade deste leão, que recuperou bolas atrás de bolas no meio-campo contrário. Mérito de Matheus Nunes, do omnipresente Palhinha, e do trio ofensivo, com menção especial para Paulinho!

Depois do 2-0 de Pote (38m), Paulinho assinou o 3-0 através de um remate soberbo de meia-distância que provou mais uma vez que o ex-Sp. Braga (estranhamente) parece sentir-se mais confortável a finalizar longe do que perto da baliza adversária.

Ao intervalo, o jogo estava resolvido e na etapa complementar chegou só mais um golo, de Sarabia, mas muito, muito futebol. O leão continuou insaciável e até poderia ter construído um resultado mais volumoso, mesmo depois das mexidas na equipa que poderiam tê-la feito baixar uns furos.

De mau numa noite quase perfeita – também pela vitória do Ajax sobre o Borussia Dortmund no outro jogo do grupo – só mesmo a lesão de Pedro Porro na primeira parte. Mas até aqui o Sporting mostrou o que é: uma EQUIPA em letras maiúsculas.

Depois do choque de realidade na entrada em cena na Champions diante do Ajax, a equipa de Ruben Amorim continua a mostrar que aprende depressa e é notório que está em franco crescimento desde Dortmund. E é também por isso que reentrou legitimamente na luta por um lugar nos oitavos de final que pode reservar no próximo jogo.

IMAGENS VÍDEO ELEVEN SPORTS

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