LC: FC Porto-Juventus, 0-2 (destaques)

22 fev 2017, 21:44
FC Porto-Juventus (Reuters)

A batuta de Pjanic e um golo de Pjaca

A FIGURA: Pjanic

Manobrador de todo o futebol da Juventus, mesmo partindo de um ponto recuado no terreno de jogo. Pezinhos de lã, a tratar a bola com delicadeza, apresentando uma clarividência de passe muito acima da média. Passes venenosos pelo corredor central, por cima da linha defensiva do FC Porto, procurando um destinatário já na área azul e branca. Extremamente posicional, liberta Khedira para aparições em zona de finalização e fica mais atrás, de regra e esquadro, a distribuir jogo. Danilo Pereira e Rúben Neves nunca encontraram soluções para bloquear a saída da Juve pelos seus pés.

O MOMENTO: um golo de Pjaca

Massimiliano Allegri tinha apenas uma solução ofensiva no banco de suplentes: Pjaca. Os restantes – e que ataque de luxo! – já estavam no rectângulo de jogo. O avançado croata fez em poucos minutos o que os restantes, Higuaín incluído, não tinham conseguido. Aproveitar uma das raras falhas da defensiva do FC Porto. Mau corte de Layún, para os pés de Pjaca, a cavar o fosso na eliminatória, ao minuto 71. Seria outro suplente, Dani Alves, a a dobrar a parada. Juventus lançada para os quartos de final.

NEGATIVO: Alex Telles

Alex Telles não vai certamente esquecer este 22 de fevereiro de 2017. Ficou na história do jogo – e da eliminatória – pelos piores motivos. Por mais que lá dentro passasse a ideia de uma dualidade de critérios, o lateral brasileiro do FC Porto é o principal culpado de uma expulsão inusitada, com dois amarelos em dois minutos. Depois de Felix Brych mostrar o primeiro, Alex Telles não poderia arriscar o carrinho como arriscou. A Juventus soube tirar o máximo proveito da situação e puxou para si a eliminatória.

OUTROS DESTAQUES:

Marcano e Felipe

Demonstram para a Europa o que têm demonstrado em Portugal. Nesta altura, são uma das duplas de centrais em melhor momento de forma no Continente Europeu. Higuaín teve um par de oportunidades para marcar, é certo, mas Felipe e sobretudo Marcano foram fundamentais na preservação do sonho do FC Porto, até ao minuto 71, quando surgiu a primeira das investidas fatais pelo lado esquerdo a defesa. Seguros e autoritários, não foi por ali.

Dybala

É com Pjanic, precisamente, que demonstra o melhor entendimento. Procura a bola entrelinhas, nas costas de Higuain, remetendo Mandzukic para funções laterais, pela esquerda. Entre as opções iniciais de Allegri, foi o principal inimigo de Iker Casillas, acumulando vários remates de perigo ao longo do encontro. Ao minuto 22 atirou por cima, ao minuto 45 fez tremer o poste, no reatamento chegou a balançar as redes mas foi-lhe assinalado fora de jogo, em lance de difícil análise. Andou sempre por ali, qual atirador furtivo, à procura de mais uma oportunidade.

Maxi Pereira

Grande entrega ao jogo, como é seu timbre, sem perder o discernimento na abordagem aos lances nem a coragem para subir pelo seu flanco, mesmo quando o FC Porto ficou em inferioridade numérica. Viu um cartão amarelo em cima do intervalo – muito contestado pelos dragões – quando procurava ganhar a bola em zona ofensiva a Mandzukic. Alex Sandro tirou vários cruzamentos pelo seu flanco mas Maxi Pereira não poderia desdobrar-se em funções. Cumpriu.

Yacine Brahimi

Ponto prévio: Lichtsteiner era o homem que o argelino deveria acompanhar e foi sobre ele que Alex Telles cometeu o carrinho que lhe valeu o segundo amarelo. Esse lance, porém, não afeta em demasia a análise global. Com todas as suas qualidades e defeitos, Brahimi foi o único a conseguir inquietar o bloco defensivo da Juventus. Nem Tiquinho, nem André Silva, muito menos Herrera, ainda menos Corona ou Diogo Jota. Bola colada aos pés – por vezes, custa a descolar – e atrevimento para enfrentar um, dois, três adversários. Papel fundamental quando o FC Porto ficou em inferioridade numérica. Para além disso, ainda defendeu, algo que nem sempre lhe vimos no passado.

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