Juros dos depósitos a prazo dão salto histórico em Portugal (mas há vários países na zona euro a remunerar mais)

ECO - Parceiro CNN Portugal , Alberto Teixeira
4 dez 2023, 11:17
Dinheiro, euro, moeda

Nunca houve uma subida tão grande desde que os dados são compilados. Saiba tudo

A taxa de juro dos depósitos a prazo deu um salto histórico para quase 3% em outubro, em resultado da intensificação da guerra dos bancos pelas poupanças das famílias portuguesas.

Os novos depósitos a prazo de particulares tiveram uma taxa média de 2,93% em outubro, o que representa uma subida de 0,64 pontos percentuais em relação a setembro. É a maior subida de sempre desde que o Banco de Portugal compila os dados (janeiro de 2023).

Desde o início do ano, a taxa média dos depósitos acumula uma subida de 2,58 pontos percentuais. Mas praticamente 25% deste aumento observou-se em outubro.

Após as críticas em relação à lentidão na subida das remunerações dos depósitos, incluindo do próprio governador do Banco de Portugal, os bancos consideram que as taxas estão já em níveis mais apropriados em relação às taxas do mercado e começam a fala numa disputa pelas poupanças dos portugueses que vai pressionar cada vez mais as suas margens financeiras.

Com isto, os bancos nacionais deixaram a cauda da ranking dos juros dos depósitos na Zona Euro. Agora há seis países onde os depósitos rendem menos: Chipre, Grécia, Eslovénia, Croácia, Espanha e Irlanda.

Por outro lado, a subida das taxas também resulta de uma maior atitude ativa dos depositantes à procura de melhores remunerações. O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares atingiu em outubro o maior valor desde março de 2012, totalizando 10,69 mil milhões de euros, mais 2,8 mil milhões do que no mês anterior, segundo o regulador.

Grande parte (10,4 mil milhões) foi direcionada para depósitos com prazo a 1 ano, que foram os que registaram a remuneração média mais elevada, nos 2,95%.

Já os novos depósitos com prazo de 1 a 2 anos apresentaram uma remuneração média de 2,15% (2,03% em setembro), enquanto os novos depósitos com prazo acima de 2 anos foram remunerados, em média, a 2,13% (2,10% em setembro), de acordo com o Banco de Portugal.

Nas empresas, a remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas foi de 3,31%, o que corresponde a um aumento de 0,23 pontos percentuais relativamente ao mês anterior.

As novas operações de depósitos das empresas totalizaram 6,9 mil milhões de euros, menos 380 milhões do que em setembro. Praticamente 100% dos quais foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano.

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