Super-tufão já provocou um morto e deixou rasto de destruição pelo Japão

19 set 2022, 05:05
Tufão Nanmadol

Mais de 9 milhões de pessoas receberam aviso para deixar as suas casas e procurar refúgio face a tufão mais forte a atingir o Japão nas últimas décadas. 800 voos foram cancelados e 350 mil casas estão sem energia. Tempestade atinge Tóquio amanhã

Uma pessoa morreu, pelo menos 43 ficaram feridas e milhões de pessoas foram retiradas em consequência do tufão Nanmadol, que está desde domingo a fustigar partes do Japão. A aproximação do tufão, considerado o mais poderoso a atingir o Japão em várias décadas, levou a autoridade de meteorologia nipónica a emitir um alerta especial, segundo o qual mais de 9 milhões de pessoas foram aconselhadas ou obrigadas (conforme os casos) a sair das suas habitações e procurar refúgio em abrigos e caves.

Cerca de 350 mil casas ficaram sem energia e têm-se verificado grandes constrangimentos nas ligações aéreas, ferroviárias e rodoviárias, em particular no sul do país.

A única vítima mortal reportada até agora é um homem, cujo cadáver foi retirado esta segunda-feira de manhã (madrugada em Portugal) de um carro submergido pelas inundações na cidade de Miyakonojo, na província de Miyazaki, no sul do país. Segundo os bombeiros locais, o nível da água era tal que apenas o tejadilho do carro era visível.

Destruição de Sul para Norte

O Nanmadol chegou a terra ao final do dia de domingo, atingindo primeiro a província de Kagoshima, no extremo sul de Kyushu, a ilha mais a sul no conjunto principal de ilhas do Japão. Ao início desta segunda-feira, o tufão continuava a seguir para norte, tendo atingido outras províncias (prefeituras) da ilha de Kyushu. Na cidade de Fukuoka, no norte desta ilha, foram registados ventos máximos de 126 quilómetros por hora. Os alertas meteorológicos apontavam para até 400 milímetros de chuva em algumas partes da região.

Segundo a televisão estatal NHK, o mais recente balanço de fontes oficiais aponta para mais de 9 milhões de pessoas na costa ocidental do Japão têm indicação de evacuação das suas casas a partir das 8 da manhã desta segunda-feira (meia-noite de domingo para segunda em Portugal). A evacuação visa mais de 4,2 milhões de habitações familiares.

Nas cinco províncias da ilha de Kyushu foi emitido um alerta de nível 5, o mais elevado na escala de alerta de desastres do Japão. Entretanto, o “aviso de emergência” de chuvas fortes para a prefeitura de Miyazaki, na mesma ilha, foi desgraduado para apenas “aviso”, mas as autoridades continuam a pedir à população que esteja atenta aos riscos de inundações e possíveis derrocadas e enxurradas.

Tóquio será atingida amanhã

O tufão deverá continuar a mover-se para nordeste, ao longo de Honshu, a ilha principal do arquipélago nipónico. Espera-se que na terça-feira a tempestade atinja Tóquio, com chuva e ventos muito fortes. Desde domingo que a capital tem estado sob chuva constante e intensa, mas ainda sem consequências graves. Há alerta de inundações e deslizamentos de terra tanto em Tóquio como na província vizinha de Kanagawa.

Apesar de o maior impacto só estar previsto para terça-feira, no domingo a chuva que caiu na capital já fez estragos: uma parte da linha Tozai, do metro de Tóquio, ficou inundada durante a tarde, obrigando ao corte parcial da circulação nessa linha durante oito horas. Calcula-se que 139 mil pessoas tenham sido afetadas por esta suspensão. Nalgumas zonas do centro da cidade a água que se acumulava na rua atingia um palmo.

O Nanmadol pode ser a tempestade mais violenta a atingir o Japão em muitos anos. Até agora, já causou bastantes estragos materiais, e está a perturbar a vida de milhões de pessoas devido aos cortes de energia, às ordens de evacuação em zonas de risco e ao impacto na rede de transportes e comunicações. Cerca de 800 viagens aéreas programadas para esta segunda-feira foram canceladas pela ANA e pela Japan Airlines, as duas principais companhias de aviação do país.

As companhias ferroviárias do grupo JR suspenderam diversos trajetos de comboio-bala (Shinkansen), sobretudo no sul do país, mas também no centro. As ligações entre Osaka e Hiroshima e Osaka e Nagoya têm sido as mais afetadas.

No domingo, o primeiro-ministro Fumio Kishida apelou à população para que evacue rapidamente se "sentir o menor perigo". Numa reunião com ministros e altos funcionários encarregados de responder ao tufão, Kishida ordenou aos funcionários que “tomem todas as medidas possíveis para garantir com urgência a segurança e a proteção das pessoas".

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