Zidane: «Seleção francesa? É lógico pensar nisso, mas não é o momento»

13 jun 2023, 11:28
Zinedine Zidane no Real Madrid-Chelsea (Juanjo Martín/EPA)

Antigo treinador do Real Madrid falou das dificuldades da profissão, admitiu que precisa de desligar da carreira em certos momentos e abordou o futuro

Sem treinar há duas temporadas, Zinedine Zidane reconhece que a vida de treinador é completamente diferente da carreira de futebolista e confessa que, por vezes, sente que precisa de uma pausa na nova profissão.

«Jogador e treinador são duas profissões que não têm nada a ver. Quando sais de uma época no banco, estás mais cansado do que um jogador. Chega-te tudo de todos os lados: todas as informações voltam para ti e tu és o responsável pela tomada de decisões. De vez em quando, a tua energia esgota-se. Quando chegava a casa, a minha cabeça ainda estava lá. Amo o que faço e posso trabalhar muito, mas, de vez em quando, e já aconteceu comigo duas vezes, preciso de desligar», disse o antigo internacional francês na edição de junho da revista GQ.

«Hoje só aproveito a vida, tenho tempo para ir ver os meus pais se quiser, para almoçar com a minha mulher e filhos quando estou em Madrid, para sair com os meus amigos. Tudo isso só é possível dando um passo para trás», acrescentou.

Em 2017/18, depois de ter conquistado três Ligas dos Campeões consecutivas, deixou o comando técnico do Bernabéu, mas, a meio da temporada seguinte, foi convidado por Florentino Pérez e regressou ao cargo.

«Não preparo as coisas, faço o que sinto. Quanto à minha primeira pausa em Madrid, eu tinha feito dois anos e meio a "tope", como dizemos em espanhol. Tínhamos vencido muitas coisas e eu precisava mesmo de respirar. Oito meses depois, após um intervalo que foi benéfico para mim pessoalmente, o presidente ligou e eu voltei imediatamente. Poderia ter dito a mim mesmo: "Eu fiz o que fiz. Por que é que vou voltar? Por que é que vou correr o risco de as coisas correrem menos bem?". Mas não penso nisso, faço-o instintivamente», frisou.

Frequentemente associado ao cargo de selecionador francês, Zidane, de 50 anos, assume que esse é um objetivo, mas coloca-o de parte por enquanto.

«Sempre disse que, quando conheces a seleção da França como jogador e te tornas treinador, é lógico pensar nisso. Mas agora não é o momento», garantiu.

«Quando estava no Cannes, queria ir para o Bordéus. Depois, quis jogar na Juventus e em Madrid, porque era uma experiência diferente e cada vez mais forte. É a isso que chamamos ambição. Sempre fui ambicioso e sempre acreditei em mim. Eu vou em frente», concluiu.

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