Dois dias após o ataque contra o «Charlie Hebdo», a polícia tem os dois suspeitos cercados em Dammartin-en-Goele. Não há certezas sobre se terão reféns. Já em Paris, um outro suspeito está cercado num supermercado e pode ter feito seis reféns
A enorme operação policial que se seguiu ao ataque ao jornal satírico «Charlie Hebdo» está agora concentrada em dois locais distintos. A norte de Paris, em Dammartin-en-Goele, os dois suspeitos do massacre, os irmãos Kouachi, estarão dentro de uma fábrica e podem ter feito reféns. Já na capital francesa, em Porte de Vincennes, um outro suspeito que pode estar relacionado com eles está dentro de um supermercado, armado, e terá seis reféns.As informações são contraditórias enquanto decorrem os dois cercos. A imprensa francesa chegou a falar em dois mortos dentro do supermercado de produtos judeus
Certo é que a polícia francesa lançou novamente um apelo
SECOND Appel à témoins #Fusillade #Montrouge Contacter le 0805 02 17 17. En savoir plus >>> http://t.co/8c2UJGQQJy pic.twitter.com/n5h5e6Yb1b
— Préfecture de police (@prefpolice) 9 janeiro 2015
Estes dois suspeitos estão ligados ao homicídio de uma polícia, esta quinta-feira, em Montrouge. As autoridades já confirmaram, de qualquer maneira, que o assassinato da agente da polícia está ligado ao ataque ao «Charlie Hebdo».
Não há informação oficial, mas algumas fontes citadas pela imprensa francesa dão conta que Amedy Coulibaly pode ser o sequestrador que se encontra neste momento no supermercado de Paris.
Entretanto, todas as entradas e saídas da vila Dammartin-en-Goële estão bloqueadas pelas autoridades.
Dammartin-en-Goële fica a cerca de 40 quilómetros da região onde os dois irmãos foram procurados na quinta-feira. Os dois suspeitos terão feito reféns numa empresa da localidade. O jornal «Le Monde» cita uma fonte ligada à investigação para dizer que há uma pessoa feita refém.
Fonte policial citada pela imprensa francesa avança que os dois irmãos «disseram que estavam dispostos a morrer como mártires».
«Eu trabalho no armazém Kuehne Nagel, na área industrial. Há uma meia hora, ouvi dois tiros e em cinco minutos havia toda esta segurança, com helicópteros da polícia. Fomos proibidos de estar perto de janelas e devemos permanecer dentro do armazém», disse um funcionário de uma empresa na área industrial de Dammartin-en-Goële, citado pela RTL, às primeiras horas da manhã.
Aqueles que se presumem serem os dois suspeitos do atentado ao «Charlie Hebdo» roubaram um Peugeot a uma automobilista em Montagny-saint
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, confirmou que a operação está «em curso» em Dammartin-en-Goële, a nordeste de Paris. «A mobilização geral é (...) para assegurar que os terroristas são presas o mais depressa possível», disse o ministro.
Um professor de uma escola da zona, contactado pelo «Le Monde», conta que «se aplicou o plano de segurança». «Todas as escolas estão fechadas e os filhos mantidos dentro de casa, sem entrarem ou saírem. Os pais ligam em pânico».
O presidente da Câmara de Dammartin-en-Goële confirma que a tomada de reféns teve lugar na empresa Création Tendance Découverte, situada em Clément Ader. Trata-se de uma pequena empresa apenas com cinco funcionários.
Toda a ação se passa a cerca de 15 minutos do aeroporto Charles de Gaulle. O site Flightradar24, que segue o tráfego aéreo ao minuto, observou que vários voos para o Charles de Gaulle foram desviados para outros destinos ou atrasados.
A cidade de Meaux, situada a cerca de 20 quilómetros de Dammartin-en-Goële, ativou o «Plano Branco» de mobilização de todo o pessoal hospitalar para o caso de afluxo anormal de vítimas aos hospitais.
Pascal Guglielmi, diretor de comunicação de hospitais na região leste de Paris, explica mobilização ao jornal «Le Monde»: «Os hospitais foram colocados em pré-alerta, no caso de potenciais vítimas. Estamos atentar organizar-nos internamente para verificar a capacidade de transferência de pacientes para outros serviços. Mas no momento não temos nenhuma informação adicional sobre o fato de que há ou não feridos».
O Presidente François Hollande está no Ministério do Interior para se inteirar «do ponto da situação das operações em curso».