De cabelo comprido, barba e a cuidar de igreja: a nova vida de Pistorius

11 abr, 11:35
Oscar Pistorius (AP/Shiraaz Mohamed, File)

Antigo atleta paralímpico, que saiu em liberdade condicional em janeiro, tentou trabalho no Comité Paralímpico, mas foi rejeitado. «É muito tóxico, aqui não há nada para ele». Vive em Pretória com muitas restrições e longe dos holofotes. «Não é o mesmo. É uma sombra do que já foi», conta quem o viu

O antigo atleta paralímpico Oscar Pistorius, que saiu em liberdade condicional em janeiro, cerca de 11 anos depois de matar a namorada Reeva Steenkamp, está na mansão de um tio, em Pretória, na África do Sul, vivendo de forma escondida.

Agora sem relação com os seus antigos amigos, Pistorius vive afastado do resto do mundo no complexo do tio, no rico subúrbio de Waterkloof e, de acordo com New York Post, numa reportagem publicada na quarta-feira, a residência conta com guardas armados, defesa eletrónica e, alegadamente, cães de guarda. Pistorius está ainda sujeito a testes de álcool e drogas, não pode ter contacto com a família de Reeva e também não pode, não só publicar nas redes sociais e dar entrevistas, como também está impedido de escrever um livro de memórias sobre as suas experiências.

Conta ainda o New York Post que Pistorius procurou trabalho no Comité Paralímpico Internacional depois de ser libertado. Porém, viu rejeitada qualquer hipótese.

«Ele é muito tóxico para trabalhar agora. Aqui não há nada para ele», disse um dos membros do Comité ao New York Post.

Segundo a documentação da liberdade condicional, Pistorius, de 37 anos, está listado para fazer voluntariado na NG Kerk Waterkloof, uma igreja neerlandesa para reformados, frequentada pelo seu tio em Pretória e na qual Pistorius faz trabalho de manutenção, varrendo a igreja e frequentando silenciosamente os cultos.

Ao New York Post, uma outra fonte revelou ter visto Pistorius no último mês na igreja, quando visitava familiares. «Eu quase não o reconheci. O cabelo dele está mais longo e tem barba. Também não está tão magro quanto eu esperava. Nunca saberias que ele foi um atleta, ele simplesmente não é o mesmo», referiu Aida Govender.

Um membro da igreja também contou que o antigo atleta paralímpico sul-africano parece diferente em relação ao passado. «Ele não é amigável, nem extrovertido. Não sei se alguma vez o vi esboçar um sorriso. Ele é apenas uma sombra do que já foi», contou o paroquiano.

Em 2016, o ex-atleta foi condenado a seis anos de prisão, mas viu, em 2017, a pena ser aumentada para 13 anos e cinco meses de cadeia, pelo Tribunal Supremo de Apelação, que confirmou a acusação dos procuradores que, no processo de recurso, consideravam que a sentença inicial era «demasiado indulgente».

Na noite de 13 para 14 de fevereiro de 2013, Pistorius baleou a namorada, de 29 anos, através da porta da casa de banho, alegando julgar tratar-se de um ladrão, provocando-lhe a morte com quatro tiros.

Recorde-se que Oscar Pistorius foi campeão paralímpico dos 200 metros em Atenas2004 e dos 100, 200 e 400 metros em Pequim2008. Foi ainda medalha de prata nos 200 metros de Londres2012 e bronze nos 100 metros de Atenas2004.

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