México: presos saem para matar com autorização e armas dos guardas

27 jul 2010, 14:15

Está em curso uma investigação para apurar responsabilidades nestes casos

A meados deste mês, homens armadas entraram numa festa de aniversário no norte do México e mataram 17 pessoas
. Se este episódio parece ser chocante só por si, as novas revelações sobre quem esteve por detrás dele tornam-no ainda mais emblemático do caos em que está imerso o país, a braços com uma guerra entre narcotraficantes. De acordo com as autoridades federais, os atacantes eram reclusos que foram autorizados a sair da prisão para executor este acto. Quanto às armas, levaram emprestadas a dos guardas.

O porta-voz do gabinete do procurador-geral do México, Ricardo Najera, disse que este não foi um caso isolado. No estado de Durango, disse o responsável, as autoridades prisionais entregaram armas e veículos oficiais para que os prisioneiros procedessem a ajustes de contas ligados ao crime organizado, que devasta o país.

«Os criminosos levavam a cabo execuções para ajustar contas com membros de grupos rivais ligados ao crime organizado», explicou Najera, sublinhando que entre as vítimas se encontram civis e que depois destes assassinatos os reclusos regressavam às prisões.

O correspondente do «Los Angeles Times» no México sublinha que as prisões do país são locais onde se pratica e organiza criminalidade violenta. Desde operações de tráfico de droga, a esquemas de extorsão telefónica. Mas com a nova revelação, sobe-se um degrau na degradação em que estas instituições se encontram.

Não se sabe ao certo quantas pessoas estão envolvidas nestes actos, mas a investigação em curso já levou a que quatro pessoas ligadas a instituições prisionais fossem colocadas em prisão domiciliária, entre elas um director e um chefe de segurança.

Na prisão de Durango foram encontradas quatro armas AR-15, cujos testes balísticos revelaram que terão sido usadas no massacre da festa de aniversário em de Torreon, no norte do país.

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