Leandro prepara saída da Fiorentina

12 abr 2001, 21:10

Pinto da Costa visado pelo empresário do jogador Oliveira Júnior, o representante do avançado, já tem propostas e estuda o empréstimo como forte probabilidade. O F.C. Porto é um destino praticamente descartado, depois do fracasso das negociações no início da época. Em declarações ao Maisfutebol, o agente brasileiro conta agora, quase um ano volvido, a sua versão dos acontecimentos.

As revoluções de Mancini na Fiorentina devem atingir muito mais jogadores do que apenas os portugueses Rui Costa e Nuno Gomes. Um dos elementos que está de saída é o brasileiro Leandro, que esteve prestes a assinar pelo F.C. Porto no início da presente temporada. 

Segundo o empresário do jogador, Oliveira Júnior, «o caso só deverá ser definido no final de Maio, princípio de Junho, mas de qualquer maneira, as coisas não podem continuar assim. Se for para continuar no banco de reserva, é óbvio que vamos tentar outras soluções».  

Em declarações ao Maisfutebol, o agente assegurou que o facto de o jogador ter contrato com a Fiorentina não impede que possa representar outro clube, nem que seja por empréstimo. Assegura não estar preocupado com o futuro de Leandro, até porque «existem propostas de Itália, Alemanha, Turquia e Grécia». 

Porto é destino improvável 

A eventual cedência ao F.C. Porto é que será mais complicada, embora o próprio jogador tenha referido, quando assinou pela Fiorentina, que um dia gostaria de representar o clube das Antas. Neste aspecto, Oliveira Júnior é peremptório e não tem qualquer problema em afirmar que os responsáveis portistas trataram-no «como um moleque» na negociação do avançado. 

«O jogador só foi para a Fiorentina porque o F.C. Porto não pagou o que estava combinado. Se, por hipótese, alguém quiser falar comigo tem que o fazer de forma séria e tem que pegar o avião. Não me vou expor», referiu, sem deixar de referir todos os pormenores que ficaram por esclarecer, pois, na altura, só foi conhecida a versão de Pinto da Costa. 

Oliveira Júnior refere o que nunca foi abordado: «Em dois dias, estive três vezes no edifício das Antes e, no final, o presidente veio para a imprensa dizer que eu tinha pedido mais de 10 por cento de comissão. Isso não é verdade. A verdade é que é normal receber esses 10 por cento do ordenado através do jogador, mas, como neste caso, o clube iria pagar abaixo do que estava previsto, era o Porto que teria de me pagar essa quantia. Para além disso, propunham-se a comprar apenas 50 por cento do passe, recusaram definir a cláusula de rescisão em 15 milhões de dólares (cerca de três milhões e oitocentos mil contos), não pagavam a casa e o carro e ainda queriam ficar com os seus direitos de imagem». 

«Leandro foi ridicularizado nas Antas», diz o empresário 

Todos estes casos propiciaram a negociação com a Fiorentina, com acordo alcançado «em 15 minutos». A intromissão do clube de Florença só aconteceu porque «já havia um interesse antigo», mas um telefonema «a perguntar o que era necessário» para contratar o jogador facilitou as coisas ao empresário. «Os italianos pagaram 100 por cento do passe, deram mais 60 mil dólares (1500 contos) por mês do que o Porto e deram 15 por cento da transacção ao jogador. Curiosamente, depois de já ter assinado pela Fiorentina, os responsáveis do Porto apareceram no Hotel e já pagavam mais de ordenado do que isso, só que eu não volto com a palavra atrás». 

Ressentido com Pinto da Costa, Oliveira Júnior atribui ao presidente a culpa pelo fracasso das negociações. «O presidente do F.C. Porto foi o primeiro dirigente no mundo que falou assim de mim. Ele não é mais do que os presidentes do Real Madrid, da Juventus ou de qualquer outro grande clube europeu. Deu uma imagem de que só ele é que era honesto, mas o seu passado não diz isso». 

Mesmo passado quase um ano do episódio, o empresário abordou ainda a forma como o jogador foi tratado quando ainda nada tinha assinado com o F.C. Porto. «Enfiaram o Leandro numa clínica durante quatro horas e depois não pararam de fazer exames. Para fazer os exames principais, para perceber se está em condições, não demora muito tempo. O jogador foi tratado de maneira ridícula, não como um jogador de grande prestígio no Brasil, mas como um qualquer júnior», acrescentou.

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