Jornada de seleções com 20 lesionados: quem são e o que FIFA poderá pagar aos clubes

20 nov 2023, 13:39

Gavi, com lesão grave, salta à vista numa lista com problemas menos graves e nomes como Vinícius Jr ou Haaland. O que prevê o Programa de Proteção aos Clubes em caso de ausência prolongada

Pelo menos já 20 futebolistas que atuam nas equipas principais de vários clubes saíram com lesões, mais ou menos graves, na janela internacional de seleções que está em curso desde a última semana e até à próxima quarta-feira, entre qualificação para o Euro 2024, fases de qualificação sul-americana e africana para o Mundial 2026, Liga das Nações da CONCACAF e jogos de caráter particular ou de seleções jovens.

Uma das mais graves – ou mesmo a mais grave até ao momento – é a do internacional espanhol Gavi, que saiu lesionado ante a Geórgia, no domingo. O Barcelona confirmou, já esta segunda-feira, o pior cenário: rotura total dos ligamentos cruzados do joelho direito, associada a uma lesão no menisco lateral.

A lista de vítimas daquele que já é designado como o «vírus FIFA» é assinalável na quantidade e conta com protagonistas importantes nos clubes. Outro caso de lesão, ainda que não tão prolongada quanto a de Gavi, é a do brasileiro Vinícius Jr, do Real Madrid, que já não volta à competição em 2023. Quem também já não deve voltar neste ano civil e é outra dor de cabeça para o treinador Carlo Ancelotti, é Eduardo Camavinga, que se lesionou nos trabalhos da seleção de França.

Quem também está em alerta desde quinta-feira é o Manchester City, depois dos problemas físicos com Erling Haaland, que saiu com queixas num pé, após um lance no jogo particular entre Noruega e Ilhas Faroé: sobretudo porque há jogo com o Liverpool no sábado, para a Premier League.

Há ainda casos em seleções jovens como o de Fabio Miretti, da Juventus, que já não chegou a 100 por cento aos sub-21 de Itália e acabou dispensado dos trabalhos na última semana. No derradeiro jogo antes da pausa para seleções, Miretti ainda foi titular ante o Cagliari, mas já tinha apresentado dores lombares: jogou 66 minutos.

Na janela anterior de seleções, entre algumas lesões, um dos casos mais graves e mediáticos foi o do futebolista brasileiro Neymar, que levou mesmo o Al Hilal a suspender a sua inscrição.

Veja, na galeria associada, os jogadores que saíram com lesões e problemas físicos dos compromissos nas seleções.

De Neymar a Gavi (e talvez outros): a indemnização que a FIFA poderá pagar

Dando o exemplo dos casos de Neymar (Al Hilal) e mais recentemente de Gavi (Barcelona), que já são certos quanto à gravidade e, por isso, de paragens prolongadas, o Programa de Proteção aos Clubes da FIFA em vigor – de 2023 a 2026 – prevê que os clubes possam ser ressarcidos caso os jogadores se lesionem nas seleções e fiquem impedidos de dar o seu contributo por um longo período.

A FIFA designa os casos de «incapacidade total temporária» [TTD, sigla em inglês]. O programa, que é público, prevê compensações financeiras a clubes caso os jogadores fiquem de fora por «mais de 28 dias consecutivos, como resultado de lesões corporais causadas por um acidente» e vai até ao máximo de «365 dias», ou seja, um ano.

De acordo com o documento, o valor anual máximo alocado pela FIFA neste Programa é de 80 milhões de euros, sendo que o programa «compensa os clubes de futebol até um máximo de 7,5 milhões de euros por futebolista, por acidente» e o valor diário pode ultrapassar os 20 mil euros. «O máximo de 7,5 milhões de euros é calculado com uma compensação diária “pro rata” de até 20.548 euros (1/365), pagáveis por um máximo de 365 dias. A compensação diária máxima está limitada a 20.548 euros por acidente», refere o Programa da FIFA, guiado por determinadas condições, nomeadamente a de que o mesmo «não fornecerá qualquer cobertura para invalidez total permanente ou morte, ou para quaisquer custos de tratamento médico». Também só se aplica a jogadores que se lesionem em jogos ao serviço da seleção principal do seu país.

A compensação a pagar «baseia-se somente no salário fixo que os clubes de futebol paga diretamente ao jogador, como empregador», não incluindo «valores variáveis». Contas feitas, a indemnização máxima – que pode não ser atingida – pode causar alguns prejuízos a clubes, nomeadamente mediante o que for o aspeto salarial.

A FIFA esclarece ainda que a compensação termina quando o jogador estiver apto a voltar aos treinos em pleno e/ou participar nos jogos, quando o contrato do jogador terminar, se o jogador falecer, se a ocupação do atleta mudar, quando o período de 365 dias terminar e quando a compensação máxima por jogador ou a capacidade máxima (os tais 80 milhões de euros) do Programa for atingida.

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