França: ministra de desporto quer banir adeptos violentos dos estádios

30 out 2023, 18:35
Autocarro do Lyon (AP Photo/Daniel Cole)

Governo gaulês procura identificar todos os responsáveis pela violência em Marselha

A ministra francesa do Desporto, Amélie Oudéa-Castéra disse esta segunda-feira que a agressão ao treinador do Lyon, Fabio Grosso, lhe causou «consternação, revolta e repulsa» e apelou a que «todos os responsáveis por estes atos inaceitáveis sejam severamente punidos».

Numa entrevista à estação de televisão France 2, a governante voltou a condenar a violência antes do jogo entre o Lyon e o Marselha – que acabou por ser adiado – tal como já tinha feito na véspera, numa publicação nas redes sociais.

O treinador do Lyon ficou ferido no rosto depois do autocarro da equipa ter sido atingido por diversos objetos, que partiram o vidro da janela junto à qual ia sentado. Fabio Grosso teve de ser suturado com 13 pontos, ainda no estádio, e levado ao hospital para fazer exames.

A ministra sublinhou a importância de «uma identificação muito precisa da cadeia de responsabilidades» em questões desta gravidade e de dar «uma resposta global e intransigente», sendo que os clubes e os adeptos também devem ser responsabilizados.

«Se se provar que os adeptos estiveram envolvidos no ataque ao autocarro, os clubes não podem ignorar isso, nem as associações de adeptos, nem a Liga», afirmou.

A governante não considera que o futebol seja «um caso perdido», mas entende que deve seguir o exemplo de outras modalidades, designadamente o râguebi, cujo mundial a França organizou.

Amélie Oudéa-Castera recordou, no entanto, que, «além destes atos inaceitáveis na via pública, houve também uma série de atos inaceitáveis no interior do próprio estádio».

«Aparentemente, houve saudações nazis, atos anti-semitas, provavelmente gritos de macaco, atos racistas, provavelmente alguns cânticos homofóbicos, discriminação inaceitável também. Vimos o pior que poderíamos ter imaginado», descreveu.

O governo francês vai recorrer a todos os meios, começando pela videovigilância, para identificar os responsáveis. Para a responsável pelo desporto francês, não há margem dúvidas ou hesitações.

«Precisamos de proibições nos estádios para estes idiotas, uma proibição judicial nos estádios durante cinco anos. Da mesma forma que para essas saudações nazis, esses cânticos homofóbicos que vomitam o ódio, esses gritos de macaco. Fora! Não têm lugar nos nossos estádios. E, de uma forma mais geral, tenham vergonha! É isso que lhes quero dizer», acrescentou.

Lovren pede mudanças na lei

O defesa Dejan Lovren, que representa o Lyon, recorreu às redes sociais para criticar a violência de domingo, em Marselha, e pedir alteração na legislação francesa.

«O que aconteceu com o nosso treinador e connosco, no autocarro, passou todos os limites.  Respeito os verdadeiros adeptos de todo o mundo, mas este não foi o caso. Essas pessoas vieram com a firme intenção de causar ferimentos graves», afirmou o internacional croata, que, depois, acrescentou: «não tem nada a ver com o futebol! Se a lei não for alterada, um dia será tarde de mais. O governo deve fazer alguma coisa».

 

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