Espanha: federação demite dirigentes detidos suspeitos de corrupção

21 mar, 17:17
Real Federação Espanhola de Futebol (Angel Martinez/Getty Images)

Diretores dos serviços jurídicos e de recursos humanos têm ainda processos disciplinares abertos. Foi também rescindido contrato com sociedade de advogados

Os dirigentes da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) implicados numa investigação de corrupção foram demitidos esta quinta-feira pelo organismo, tendo sido também abertos processos disciplinares.

O diretor de serviços jurídicos, Pedro González Segura, e o seu diretor de recursos humanos, José Javier Jiménez, ambos detidos na quarta-feira na sequência das buscas realizadas na sede da RFEF, em Las Rozas, um subúrbio de Madrid, são dois dos principais implicados.

Foi também rescindido contrato com a sociedade de advogados de Tomás González Cueto, igualmente detido num processo de alegada corrupção, gestão fraudulenta e branqueamento de capitais.

«A Real Federação Espanhola de Futebol abriu processos disciplinares e destituiu dos seus cargos e funções os dirigentes relacionados com o processo judicial tratado pelo Tribunal 4 de Majadahonda: especificamente, o diretor de Serviços Jurídicos, Pedro González Segura, e o diretor de Recursos Humanos, José Javier Jiménez. Da mesma forma, rescindiu o contrato externo com o GC Legal, escritório de Tomás González Cueto, como comissário de controlo externo. Também foram revogados os poderes de representação em todos os processos judiciais, tanto dele como de Ramón Caravaca e demais advogados deste escritório», indica a RFEF, em comunicado.

Além da sede da RFEF, a polícia realizou buscas na residência do seu antigo presidente, Luis Rubiales, em Granada. Porém, o antigo responsável máximo federativo, está na República Dominicana, devendo apresentar-se a 6 de abril às autoridades.

Rubiales alega que a polícia agiu no âmbito de uma investigação judicial sobre contratos supostamente irregulares dos últimos cinco anos, nomeadamente o que levou a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita, para onde se deslocou a final four desde 2020. Esta aposta terá sido feita a troco de 40 milhões de euros por ano e foi intermediada pela empresa Kosmos, do antigo defesa internacional Gerard Piqué, do FC Barcelona.

Após a divulgação de gravações áudio de conversas entre Rubiales e Piqué, nas quais falavam de comissões no valor de vários milhões de euros, as autoridades espanholas iniciaram em 2022 uma investigação. Rubiales garante que a RFEF «não pagou, não está a pagar e não pagará um único euro de comissão a ninguém por este acordo», defendo a legalidade do mesmo, tal como Piqué o fez em abril de 2022, revelando-se «orgulhoso» pela sua concretização.

A Espanha vai organizar, com Portugal e Marrocos, o Campeonato do Mundo de futebol de 2030.

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