Varane alerta para concussões no futebol: «Sintomas são invisíveis»

2 abr, 12:35
Varane Manchester United (FONTE: Michael Regan/Getty Images)

Internacional francês recorda os piores jogos que realizou na carreira e refere que o denominador comum foram lesões que sofreu dias antes dos encontros, precisamente na cabeça

Raphaël Varane alerta, esta terça-feira, para a maior atenção que os clubes e o futebol no geral deve ter às concussões que os jogadores sofrem.

Numa entrevista dada ao jornal «L'Équipe», o internacional francês recorda os piores jogos que realizou enquanto profissional e encontra um denominador comum, dias antes tinha sofrido uma lesão na cabeça.

«Quando se sabe que concussões repetidas podem ter um efeito mortal, pensamos que um dia pode dar muito errado. Os jogadores são vistos como soldados, durões e símbolos de força física mas o problema destas lesões é que os sintomas são invísiveis», admite Varane, enquanto fala sobre a derrota frente à Alemanha por 1-0, no Mundial de 2014 e contra o Man. City por 2-1, na Liga dos Campeões de 2020, quando ainda atuava pelo Real Madrid.

Agora com 30 anos, Varane confessa que já diz ao filho, de sete anos, para evitar cabecear a bola, já que «apesar de não causar danos imediatos, a longo prazo pode criar problemas severos».

«No início desta época, lembro-me que cabeceei muitas vezes a bola durante um jogo do Man. United e nos dias que se seguiram tive muitas dores abdominais e fadiga. Acho que é importante falar dos perigos associados à síndrome do segundo impacto, ou seja, o segundo trauma sofrido antes da recuperação total após a primeira concussão, e à repetição de choques por causa do jogo de cabeça», conclui o defesa.

Recordar que em Inglaterra, 10 ex-jogadores e as famílias de outros já falecidos processaram diversos órgãos do futebol britânico, por acreditarem que «sempre estiveram perfeitamente conscientes» dos riscos de concussões e outras lesões cerebrais, sem tomar qualquer tipo de medidas para o prevenir.

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