Greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal volta a causar perturbações nos comboios

Agência Lusa , SM
4 jan, 08:03
Greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (Lusa/JOSÉ COELHO)

Primeiro dia de greve, na terça-feira, levou à supressão de 798 comboios, de um total de 1.086 estimados

Os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da Infraestruturas de Portugal (IP) voltam esta quinta-feira a cumprir um dia de greve, com a CP a antecipar “perturbações significativas” nos comboios.

A greve, convocada pela Aprofer - Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, poderá repetir-se em 10 de janeiro, caso as negociações com a IP não sejam retomadas, disse Adriano Filipe, presidente da entidade, em 29 de dezembro, à Lusa.

Os trabalhadores cumpriram na terça-feira o primeiro dia de greve, que levou à supressão de 798 comboios, de um total de 1.086 estimados, tendo sido cumpridos apenas os serviços mínimos até ao final da tarde, adiantou a CP.

No seu ‘site’, a CP informou que, “devido a uma greve convocada por sindicatos representativos dos trabalhadores da IP - Infraestruturas de Portugal, responsável pela gestão da infraestrutura ferroviária, antecipam-se perturbações significativas na circulação dos comboios a nível nacional nos dias 02 e 04 de janeiro de 2024”, que se poderão alargar aos dias antes e depois das paralisações.

A paralisação está relacionada com as condições de trabalho e vencimentos da profissão, segundo explicou à Lusa, Adriano Filipe.

"Os motivos desta greve são os mesmos" da paralisação que tinha sido convocada para setembro de 2022, lembrou, indicando que a IP se tinha comprometido a negociar um acordo, mas isso não aconteceu desde então.

"O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de dezembro de 2023, mas face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar", afirmou.

Estes trabalhadores, distribuídos essencialmente por centros de comando operacionais (CCO), que controlam todo a operação ferroviária a nível nacional, exigem a regularização da sua profissão.

"Há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento e, portanto, nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP", indicou, salientando que o trabalho é "num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro".

Nos dias de greve, estão garantidos serviços mínimos, com a previsão de circulação do Alfa Pendular e Intercidades, Regional, InterRegional e Internacional, Comboios Urbanos do Porto, Comboios Urbanos de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa.

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