Preços dos bens alimentares aumentaram em janeiro, devido ao fim do IVA Zero e os preços da eletricidade também subiram no primeiro mês do ano
O Banco de Portugal está mais otimista sobre o ritmo de descida de inflação, prevendo que a taxa caia para 2,4% este ano, apesar de efeitos temporários sobre os preços dos alimentos e energia, foi divulgado esta sexta-feira.
No Boletim Económico de março, a entidade liderada por Mário Centeno prevê que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) desça de 5,3% em 2023 para 2,4% em 2024, uma revisão em baixa de 0,5 pontos percentuais (pp.) face ao projetado em dezembro.
A evolução reflete a redução da taxa no final de 2023 e uma estabilização no primeiro trimestre de 2023, embora espere efeitos temporários sobre os preços dos bens alimentares e energéticos ao longo do ano.
O Banco de Portugal recorda que os preços dos bens alimentares aumentaram em janeiro, devido ao fim do IVA Zero e que os preços da eletricidade também subiram no primeiro mês do ano.
No entanto, prevê que a inflação subjacente (que exclui bens alimentares e energia) deverá continuar a diminuir ao longo de 2024, “refletindo a transmissão desfasada da redução dos custos das matérias-primas e bens intermédios e as menores pressões inflacionistas internas associadas ao impacto da política monetária”.
O Banco de Portugal (BdP) continua a prever que a taxa de inflação atinja a meta de 2% em 2025 e caia para 1,9% no ano seguinte, uma convergência “para valores consistentes com a estabilidade de preços” que “reflete menores pressões externas e os efeitos das decisões passadas de política monetária”.
Estima ainda que o indicador que mede a inflação com as pressões oriundas dos salários e das margens de lucro deverá apresentar um crescimento mais moderado em 2024 e nos anos seguintes, após ter aumentado 7,2% em 2023.
“A moderação projetada reflete aumentos dos salários ajustados da produtividade em linha com a inflação e menores pressões associadas ao excedente bruto de exploração”, refere, acrescentando que “as menores pressões internas, a par do crescimento inferior a 2% esperado para os preços de importação, asseguram a convergência da inflação para valores consistentes com a estabilidade de preços”.
O perfil é semelhante ao projetado pelo Banco Central Europeu para a inflação na zona euro.