O ex-PSG que decidiu amputar a perna depois de 12 operações

19 mar 2022, 12:39
Bruno Rodriguez (PATRICK HERTZOG/AFP via Getty Images)

O testemunho de Bruno Rodriguez, que não se arrepende da decisão: «Pelo menos vou poder andar normalmente com uma prótese.»

Bruno Rodriguez teve uma carreira recheada de bons clubes. Começou no Mónaco, e depois passou por equipas como Paris Saint-Germain, o Lens ou o Rayo Vallecano, de Espanha.

Agora, aos 49 anos, o antigo avançado vive uma situação física absolutamente dramática, que o levou a pedir há um mês e meio que lhe amputassem a perna. Agora, 12 operações depois, quer contar a sua história para alertar outros futebolistas.

«Na penúltima operação que fiz, retiraram-me o maléolo. Causou um tumor. Há um mês e meio tives uma última reunião com os médicos e pedi que me amputassem a perna [direita]. Pelo menos vou poder andar normalmente com uma prótese, vou conseguir ser independente», contou, ao L’Équipe.

Os problemas, disse Bruno, começaram com as injeções de cortisona para disfarçar as dores: «Quando eu jogava, torcia muitas vezes o tornozelo. Sempre quis jogar, tanto os pequenos como os grandes jogos. A cortisona que me injetaram, sabe-se, corrói a cartilagem. Nós, jogadores de futebol, não estamos cientes das consequências.»

Bruno Rodriguez não culpa ninguém, mas quer ser um exemplo para o futuro: «Não culpo ninguém, mas não quero parar por aqui. Praticamente todos os jogadores ficaram com consequências físicas depois de terminarem a carreira. O meu exemplo deve servir de exemplo para o mundo do desporto. Não queremos ter atletas que depois fiquem deficientes.»

De resto, o antigo futebolista não se arrepende da decisão de amputar a perna: «Não tinha autonomia. A minha mulher tinha de me dar banho. Não teria durado muito. Estou aliviado por seguir em frente e ver o que acontece. Preparei-me muito psicologicamente com a minha mulher. Os meus filhos demoraram um pouco mais, mas agora veem-me bem. Podemos dizer a nós próprios: ‘Porra, o que eu era e no que me tornei’. Mas entre a dor amputar a perna e pode andar no futuro, arrisquei. Segui em frente.»

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