Nova vaga de calor começa dia 20 e prolonga-se até setembro. Há 50 concelhos em perigo máximo

17 ago 2022, 09:30
Governo vai avaliar causas dos grandes incêndios em Portugal e fundar nova equipa

Miguel Miranda, do IPMA, afirmou que ou há uma ação preventiva “ou vamos ter situações de maior complexidade do que as que vivemos até agora”

Portugal vai entrar na terceira vaga de calor já no sábado. O alerta foi dado, esta quarta-feira, pelo ministro da Administração Interna, que destacou que as temperaturas quentes irão prolongar-se até setembro, estando, assim, aumentado o risco de incêndios.

Em declarações aos jornalistas, José Luís Carneiro afirmou que é esperado um mês de setembro “50% a 60% mais quente do que nos setembros anteriores e 40% mais seco”, o que faz com que haja 50 concelhos - interior Norte e Centro, Alto Alentejo e Algarve - em perigo máximo.

O ministro afirmou ainda que “não se pode excluir o cenário” de contingência face ao risco elevado de incêndio. “Ainda não vencemos este período crítico de incêndios”; deixou claro, afirmando que este pode prolongar-se até outubro.

“Estamos a viver um momento muito complicado na história climática”

Sobre o incêndio da Serra da Estrela, que já fez arder 16% do Parque Natural, Jorge Miguel Miranda, presidente do IPMA, começou por dizer que “cada incêndio é um incêndio”, mas frisou que “estamos a viver um momento muito complicado na história climática” e que há outras zonas com características semelhantes à Serra da Estrela e que Portugal “é um país que, pelas suas características florestais, é frágil e todos os meios são finitos, e todas as pessoas são finitas na sua capacidade de atuação”.

Jorge Miguel Miranda defendeu que ou há uma ação preventiva “ou vamos ter situações de maior complexidade do que as que vivemos até agora”, tendo dado como exemplo os incêndios que assolaram recentemente a Califórnia e a Austrália.

“Temos más notícias do ponto de vista do clima, mas temos consciência que não é impossível reduzir os custos dos incêndios, mas é impossível anulá-los”, frisou.

Jorge Miguel Miranda acrescentou que "as previsões não são positivas" em termos de precipitação e que provavelmente "setembro será um pouco mais seco e um pouco mais quente" como têm sido os meses anteriores.

País

Mais País

Patrocinados