Sp. Covilhã foi jogar à prisão: «Eles dão tudo contra nós»

2 mai 2019, 19:51
Covilhã-Moreirense

Ação solidária da equipa serrana no estabelecimento prisional da cidade

A equipa técnica, o presidente e cinco jogadores do Sp. Covilhã, da II Liga, estiveram esta quinta-feira no Estabelecimento Prisional da cidade, para disputar uma partida com reclusos e oferecer equipamento desportivo.

Filó, o treinador, realçou o intuito de o clube contribuir para que os detidos tivessem um dia fora da rotina e pudessem conviver com jogadores profissionais.

«Queremos que sintam que a sociedade se preocupa com eles, que tenham uma rápida integração e retorno à vida normal, porque toda a gente tem momentos maus e nós viemos tentar proporcionar bons momentos», salientou o técnico.

Na iniciativa participaram os jogadores Bruno Bolas, Agostinho Soares, Diogo Neto, João Cunha e Igor Araújo. A escolha, gracejou Filó, «foi muito rigorosa». «Vieram os que jogam melhor futsal, exceto a equipa técnica, que é muito fraca», continuou o treinador.

Foi a primeira vez que Diogo Neto esteve envolvido neste tipo de ação e mostrou-se satisfeito por poder distrair, por momentos, «quem não tem uma vida fácil».

«É muito bom o clube que representa a cidade ter este papel e mostrar a sua vertente mais solidária. Somos a imagem da cidade e por isso tem de ser natural estarmos envolvidos em iniciativas comunitárias», vincou o médio.

Igor Araújo destacou o convívio e «o equilíbrio» nos quatro jogos que já disputou com reclusos. «Eles dão tudo contra nós. É um dia diferente, tanto para nós como para eles», frisou.

Bruno Bolas enalteceu poder estar «com pessoas que gostam de futebol» e divertirem-se em conjunto. «Não temos todos os dias a oportunidade de jogar com jogadores profissionais e eu, se estivesse do outro lado, também gostaria», sublinhou o guarda-redes.

Otília Simões, a diretora do Estabelecimento Prisional da Covilhã, agradeceu a presença da comitiva serrana pela «gratificação» que os reclusos sentem nestas ocasiões.

«É profícuo para os reclusos haver interação com o exterior, porque estão muito tempo fechados, convivem entre si muitos dias, muitos meses, alguns muitos anos», disse a responsável, para quem a visita dos «leões da serra» é ainda «uma forma de passarem um dia diferente e de sentirem que também são seres humanos respeitados».

A diretora da cadeia manifestou-se grata pelo material desportivo oferecido, por ser útil aos reclusos e o Estabelecimento Prisional «não ter verba para este tipo de equipamento».

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