ONG denuncia uso de bombas de fragmentação pelo governo sírio em ataques à oposição

Agência Lusa , AM
5 nov 2023, 12:19
Resgate após o sismo na Turquia e Síria (AP)

Human Rights Watch assinalou que o ataque fazia parte de uma campanha militar mais ampla liderada pelas forças sírias e russas

A ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou este domingo a utilização pelo governo sírio de bombas de fragmentação, proibidas internacionalmente, em ataques indiscriminados contra áreas controladas pela oposição no noroeste da Síria.

“As forças do governo sírio usaram bombas de fragmentação, amplamente proibidas num ataque à cidade de Termanin, no norte de Idlib, em 6 de outubro, matando dois civis e ferindo outros nove”, disse a HRW em comunicado.

Esta Organização Não Governamental (ONG) assinalou que o ataque fazia parte de uma campanha militar mais ampla liderada pelas forças sírias e russas, aliadas do governo sírio, contra o noroeste da Síria, controlado pela oposição.

Desde o início desta operação, em 5 de outubro, até ao dia 27 do mesmo mês, “morreram pelo menos 70 pessoas, incluindo três trabalhadores humanitários, 27 crianças e 14 mulheres”.

Outras 338 pessoas ficaram feridas e 120 mil foram recentemente deslocadas quando a ofensiva atingiu 2.300 locais em Idlib e no oeste de Alepo, segundo dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

A última escalada das forças do governo sírio surge em retaliação ao ataque de drones, em 05 de outubro, a uma academia militar em Homs, durante uma cerimónia de cadetes, que matou 120 pessoas.

A utilização pelas forças governamentais sírias de bombas de fragmentação nos ataques contra áreas controladas pela oposição “demonstra quão tragicamente indiscriminadas são estas armas”, segundo o vice-diretor da HRW para o Médio Oriente, Adam Coogle, apontando também para “danos devastadores e duradouros.

O responsável realçou que durante os bombardeamentos contínuos das forças sírias e russas “as crianças de Idlib são mais uma vez vítimas de ações militares cruéis e ilegais”.

Desde o início do conflito armado na Síria em 2012, a HRW registou danos contra civis devido à utilização de bombas de fragmentação pelo governo sírio.

Cerca de 4,5 milhões de pessoas vivem no noroeste da Síria, controlado pela oposição.

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