Nadal fez o que ninguém tinha feito: onde fica?

9 jun 2014, 11:08

Nove vezes vencedor de Roland Garros, qual o lugar do espanhol na história?





Rafa Nadal vezes nove a levantar o troféu no Philippe Chatrier, o court central de Roland Garros. Esta imagem é única, nunca outro tenista ganhou tantas vezes este ou outro qualquer torneio do Grand Slam. Provavelmente, nunca outro desportista dominou uma única competição como Nadal domina o torneio francês. 

Em 66 encontros na terra batida de Roland Garros, apenas perdeu um: na quarta ronda de 2009, frente a Robin Soderling, que acabaria por chegar à final, perdida para Roger Federer.

Com a vitória de 2014 Nadal tornou-se o primeiro tenista a vencer cinco vezes seguidas o torneio francês, ultrapassando Bjorn Borg, que foi aliás quem lhe entregou o troféu de vencedor neste domingo. Mas não só. Passou a somar 14 vitórias em torneios do Grand Slam, igualando Pete Sampras e ficando apenas a três do recordista, o suíço Roger Federer.

A questão seguinte é a discussão do momento. Será ou virá a ser Rafa o maior de sempre? Números para esgrimir há muitos, a discussão dificilmente ficará fechada.

O espanhol tem 28 anos e já ganhou três Grand Slam desde que regressou de uma longa ausência de sete meses motivada por vários problemas físicos, entre 2012 e o início de 2013. Duas vezes Roland Garros mas também o US Open, no ano passado, frente a Novak Djokovic.

Foi a sua segunda vitória no Grand Slam norte-americano e a quinta num dos três grandes torneios além de Roland Garros: venceu o Open da Austrália em 2009 e Wimbledon por duas vezes, em 2008 e 2010. É um dos poucos tenistas (são sete, mais precisamente) que já venceu todos os Grand Slam. 

Aqui estão armas para os dois lados da discussão. Nadal é rei incontestado e o melhor do mundo na terra batida, sobre isso não há dúvidas, mas esse domínio de uma superfície em detrimento das outras pode funcionar contra ele. Por outro lado, já conseguiu quebrar várias vezes essa barreira e vencer na relva de Wimbledon, ou nos sintéticos de Melbourne e de Flushing Meadows.      

A comparação é com Federer, claro. Com o suíço que é recordista de vitórias em Grand Slams, de presenças em finais, de semanas como número um do mundo, num tempo único no desporto que viu conviver dois gigantes como eles. 

Nadal evita entrar neste debate, ou antecipar se irá bater o recorde de Federer. Mas aponta a vencer mais vezes, e vencer longe de Roland Garros. Na sala de imprensa, admitiu que apontar alto para Wimbledon, neste verão, ele que na época passada foi afastado na primeira ronda do torneio britânico. «Espero que o meu joelho me dê sensações positivas na relva, sinto que o meu joelho está melhor que no ano passado nas outras superfícies», afirmou.  

A discussão não é a dois, ainda há outro nome contemporâneo para a conversa. Mas Novak Djokovic perdeu pontos precisamente neste domingo, na exata medida em que Nadal os ganhou. O sérvio procurava a sua primeira vitória em Roland Garros e vinha moralizado, depois de ter ganho na terra batida a Rafa a final de Roma, há apenas três semanas.

Era a final de sonho, estava em jogo o nº1 do mundo naquele que é nesta altura, com Federer já em perda, o grande duelo do ténis mundial. E que já é, aliás, o mais repetido da era moderna. Este era o 42º confonto entre o espanhol e o sérvio, o balanço estava em 22-19 a favor de Nadal. Mas o duelo deste domingo ficou aquém do esperado.

Djokovic começou bem, venceu o primeiro set. Mas foi perdendo confiança e acabou a entregar tudo a Nadal com uma dupla falta. 3-5, 7-5, 6-2 e 6-4 ao fim de três horas e meia são os números finais do duelo. O próprio Nadal admitiu que os erros cometidos pelo rival vieram mesmo a calhar. «Provavelmente não teria aguentado se tivesse tido que jogar o quinto set», disse Rafa mais tarde.

No final, Djokovic não escondia a desilusão de ter falhado talvez a sua melhor oportunidade para vencer o Grand Slam que lhe falta.




Apesar das palavras simpáticas que lhe dedicou Nadal, ainda no court. «É sempre um prazer defrontar-te. Tenho a certeza que um dia vais ganhar este torneio», disse o espanhol ao microfone. E da enorme ovação do público ao sérvio.





Quanto a Nadal, não escondeu as lágrimas quando recebeu o troféu das mãos de Borg e o aconchegou no colo, como se fosse uma criança. Depois, escreveu apenas uma ideia no Twitter.




Deu o mote para uma série de reações e elogios nas redes sociais. De adeptos anónimos que quiseram assinalar o dia em que se fez história no desporto, mas também de muitos desportistas e rivais.

Como Tomas Berdych




Ou Del Potro




Ainda no court, ao lado de Borg, Nadal despedia-se daquele a que chamou «o melhor torneio do mundo» com uma mensagem em jeito de desafio: «Espero ver-vos para o ano!»


   

Vamos esperar, então. Até lá, fiquemos com um resumo de imagens do torneio deste ano, via Twitter oficial do torneio.


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