Uma igreja, crianças e uma reunião de drones polémica. O que aconteceu no ataque russo a Chernihiv

19 ago 2023, 22:14

Foi num importante feriado Ortodoxo que a Rússia decidiu conduzir um grande ataque. Na cidade há uma confusão em curso entre o governo e os organizadores de um evento

Uma igreja recheada para um feriado religioso, várias crianças nas ruas e um encontro entre fabricantes de drones. A cidade de Chernihiv foi palco de um dos mais violentos ataques russos das últimas semanas.

Uma chuva de mísseis atingiu o centro daquela cidade, localizada a norte de Kiev e bem longe da linha da frente da guerra, provocando a morte a sete pessoas, entre os quais uma menina de seis anos, e deixando cerca de 130 feridos, entre eles 15 crianças.

Um ataque que atingiu uma universidade, mas também um teatro, e que apanhou centenas de pessoas na rua, até porque se celebrava a Festa da Transfiguração, um dos feriados mais importantes da religião Ortodoxa.

A menina de seis anos era uma dessas pessoas. Acabou por morrer já no hospital, onde também está a mãe. “A mãe da criança está em estado grave. Os polícias prestaram primeiros socorros à criança. Infelizmente os médicos não puderam salvá-la devido a uma grave perda de sangue”, explicou o ministro dos Assuntos Internos.

O mesmo Ihor Klymenko referiu que o ataque aconteceu quando as pessoas deixavam a igreja da idade, agora parcialmente destruída, e se preparavam para distribuir cestos com maçãs abençoadas.

O presidente da Ucrânia já se veio referir a este como um ataque que fez de um “sábado normal um dia de dor e perda”.

“Um míssil russo atingiu o centro da cidade, a nossa Chernihiv. Uma praça, a universidade, o teatro”, disse.

É neste último local, o teatro, que várias famílias costumam passar o tempo. O atual autarca da cidade referiu à televisão nacional que “muitas crianças e os seus pais costumam passar o tempo” num parque.

“Há muitos restaurantes com esplanadas ali perto. Tudo aconteceu a meio do dia quando, obviamente, há mais pessoas no centro da cidade”, acrescentou Oleksandr Lomako, que vê este como mais um crime de guerra da Rússia.

No meio de todos estes eventos havia um outro, e que até está a provocar discórdia entre o lado ucraniano. Fabricantes de drones e vários engenheiros, voluntários e soldados encontraram-se ali perto para uma reunião que garantem ter tido autorização, mas da qual Kiev diz que não tinha conhecimento.

Por isso mesmo o ministro dos Assuntos Internos pediu uma investigação à reunião, que ocorreu precisamente no teatro.

Uma das organizadoras do evento, Maria Berlinska, disse que tudo foi aprovado junto da autarquia e do exército, acrescentando que as autoridades sabiam também a localização da reunião, que só terá sido revelada publicamente algumas horas antes, por razões de segurança.

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