Um engenheiro, uma gestora e um poeta: ucranianos comuns a lutar contra a Rússia

CNN , Mick Krever
11 mai 2022, 08:40

A feroz resistência da Ucrânia à invasão russa teve impactos no mundo inteiro. No centro desta luta estão cidadãos comuns, que deixaram para trás uma vida confortável para atender a uma chamada do dever – pessoas como um engenheiro de software, um gestor de logística e até um poeta.

A área ao sul de Izium é um ponto-chave de resistência contra as tentativas russas de cercar completamente a região do Donbass. A maioria dos civis partiu e as batalhas de artilharia são quase constantes. Estas são algumas das pessoas que tentam garantir que a região não caia nas mãos dos russos.

Anna Arhipova, 22

Anna Arhipova era gestora de logística na sua cidade natal de Poltava, no nordeste da Ucrânia, antes do início da guerra.

Na altura, o seu medo predominante não era o da violência, mas o de "não ser útil", diz. Então, alistou-se e agora conduz uma camioneta para algumas das áreas mais perigosas do conflito.

Num mundo de jovens barbudos e atarracados, o seu corpo esguio é uma figura incomum. Mas ela diz que são os homens, não ela, que estão preocupados com a sua presença.

"Toda a gente me diz que tenho de dar à luz, cozinhar, limpar e cuidar da casa, não estar aqui", diz. "Isso irrita-me muito, muito. Respondo que se quisesse dar à luz, não estaria aqui."

Alexandre, 34

(Mick Krever/CNN)

Alex, que quis usar apenas o seu primeiro nome por questões de privacidade, é engenheiro de software em Kharkiv. No ano passado, construiu a sua própria cabana de madeira no campo.

Agora, a sua casa, que ficava numa colina estrategicamente localizada, foi reduzida a um buraco de cinco metros de profundidade, e ele passa muitas das suas noites a dormir num tanque chamado “Coelhinho”, que foi roubado aos militares russos nas primeiras semanas da guerra.

"Isto é uma espécie de meu tanque pessoal", explica. "Sou assim um comandante de tanque e um dono de tanque", diz a rir.

Vlad Sord, 27

(Mick Krever/CNN)

Vlad Sord era ainda adolescente quando se alistou para lutar pela Ucrânia em 2014.

"Muitas coisas estranhas acontecem lá", explica Sord, enquanto fuma cigarrilhas. "Coisas que eu não sabia explicar, eu colecionava, compilava, anotava."

Agora é um autor e poeta publicado. Luta pelo seu país e reúne material para documentar o que está a acontecer. "Tenho uma memória muito boa para os próprios diálogos e uso isso. Anoto tudo."

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