Liza Dmitrieva, ucraniana, quatro anos, síndrome de Down: um bombardeamento matou-a, russos dizem que atingiram alvo militar

15 jul 2022, 22:05

A mãe da criança ainda não sabe do sucedido porque os médicos têm medo da reação

Três crianças estão entre os 23 mortos confirmados na sequência de um ataque realizado em Vinnytsia, onde vários mísseis russos caíram esta sexta-feira.

Uma delas é Liza Dmitrieva, uma criança de quatro anos que sofria de síndrome de Down e que estava na consulta de terapia da fala com a mãe quando os projéteis caíram sobre a cidade, que fica no oeste da Ucrânia, bem longe dos locais onde decorrem a maioria dos combates no terreno.

O corpo de Liza foi é um dos seis identificados até ao momento. Esta morte não deixou ninguém indiferente na Ucrânia, sendo que a primeira-dama, Olena Zelenska, partilhou um vídeo em que a criança aparece.

"Conhecemo-nos quando gravávamos um vídeo para as férias de Natal. A pequena lutadora não pintou apenas o seu vestido, a sua cara, mas também as outras crianças, eu, o câmara e o realizador", pode ler-se na mensagem emocionada de Olena Zelenska.

A mãe da criança acabou por ficar gravemente ferida na sequência do ataque, pelo que foi internada no hospital onde as duas estavam.

Segundo a BBC, os médicos ainda não disseram à mulher que a filha morreu, uma vez que temem isso provoque uma reação que leve à morte da mulher.

A Rússia não confirmou o ataque ao local, mas referiu que atingiu um alvo militar naquela zona.

Os serviços de emergência da Ucrânia indicaram que existem ainda dezenas de pessoas desaparecidas, sendo que 64 já foram hospitalizadas, 34 das quais estão em estado grave e outras cinco em condição crítica.

O ataque, que também atingiu um centro comercial, danificou mais de 50 edifícios e 40 carros, afirmou o chefe da Polícia Nacional da Ucrânia, Ihor Klymenko. Já o chefe-adjunto do gabinete da presidência ucraniana informou que o ataque foi levado a cabo com mísseis de cruzeiro Kalibr, lançados a partir de submarinos no Mar Negro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia já veio referir-se ao ataque como “terrorismo”. Na publicação que fez no Twitter, Dmytro Kuleba mostrou precisamente uma imagem de uma criança morta durante o ataque.

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