Força de Reação Rápida da NATO (que inclui portugueses) ativada pela primeira vez. O que significa isso?

25 fev 2022, 22:40
Secretário geral da NATO, Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa sobre a situação na Ucrânia (AP Photo/Olivier Matthys)

Esta força de reação conta com 40 mil soldados e incluiu uma força operacional conjunta de altíssimo nível de prontidão de 8.000 soldados, atualmente comandados por França

A NATO mobilizou pela primeira vez ​​​elementos da sua Força de Reação Rápida, que inclui militares portugueses. Trata-se de uma força multinacional ativada pelo comandante supremo da aliança, general Tod Wolters, composta por forças terrestres, aéreas, marítimas e de operações especiais dos aliados que se podem desdobrar rapidamente em apoio à aliança. 

Mas o que significa ativar esta força? O que muda na estratégia? Segundo o general Leonel de Carvalho, esta trata-se de uma força que foi ativada no sentido defensivo de proteção - e não ofensivo.

Conforme explica o general à CNN Portugal, a NATO ativou os meios que podem atuar como força de resposta para "evitar transgressões em território da aliança", em resposta à invasão russa da Ucrânia: "Trata-se da mobilização e deslocação de uma força de presença defensiva, numa ação preventiva, de acordo com o Artigo 5", que diz o seguinte:

As Partes concordam em que um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas, e, consequentemente, concordam em que, se um tal ataque armado se verificar, cada uma, no exercício do direito de legítima defesa, individual ou colectiva, reconhecido pelo artigo 51.° da Carta das Nações Unidas, prestará assistência à Parte ou Partes assim atacadas, praticando sem demora, individualmente e de acordo com as restantes Partes, a acção que considerar necessária, inclusive o emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, adiantou entretanto a mesma informação em videoconferência com os líderes dos membros da NATO sobre esta força de reação, na qual Portugal participa: “Estamos a mobilizar a força de resposta de defesa coletiva pela primeira vez, para evitar transgressões em território da NATO".

Mas a ativação das tropas de resposta não significa que quaisquer tropas dos Estados Unidos ou da NATO possam ir para a Ucrânia, que não é membro da aliança. Aliás, de acordo com o general Leonel de Carvalho, esta força foi ativada "porque existe uma ameaça na sequência da invasão russa que transborde as fronteiras da Ucrânia e que possa atacar membros da NATO".

O presidente norte-americano, Joe Biden, deixou claro que as suas tropas estão a ser enviadas para a Europa de Leste para ajudar a fortalecer os países da NATO

A Força de Reação Rápida da NATO conta com 40 mil soldados e incluiu uma força operacional conjunta de altíssimo nível de prontidão (VJTF) de 8 mil soldados, atualmente comandados por França. Inclui uma brigada e batalhões multinacionais, apoiados por unidades aéreas e marítimas e forças especiais.

Algumas unidades podem estar prontas a moverem-se dentro de dois a três dias, segundo a NATO.

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