Num discurso na Casa Branca, Joe Biden disse compreender que "muitos dos aliados [europeus] não se consigam juntar", mas, assegura, "permanecemos unidos no nosso propósito de pressionar Putin"
Os Estados Unidos passaram da ameaça à ação. "Não faremos parte do subsídio à guerra de Putin", foi com esta frase que Joe Biden confirmou, esta terça-feira, numa conferência de imprensa na Casa Branca, que os Estados Unidos não vão mais importar petróleo, gás e energia da Rússia.
"Hoje, estou a anunciar que os Estados Unidos estão a apontar para a principal artéria da economia da Rússia: vamos banir todas as importações russas de petróleo, gás e energia. Isto significa que o petróleo russo já não vai mais ser aceite nos portos do Estados Unidos e que os norte-americanos vão dar outro forte golpe à máquina de guerra de Putin".
Joe Biden disse que compreende que "muitos dos aliados [europeus] não se consigam juntar", mas, assegura, "permanecemos unidos no nosso propósito de pressionar Putin". Os países da União Europeia (UE) têm uma dependência muito maior da energia russa. A Alemanha, por exemplo, um dos maiores aliados europeus, tem uma dependência de cerca de 55%. Áustria, Hungria, Eslovénia e Eslováquia obtêm cerca de 60%, enquanto a Polónia obtém 80%.
No discurso, explicou que tomou esta decisão depois de consultar os seus aliados e parceiros e disse ainda que tanto os democratas como os republicanos estiveram de acordo.
Apesar dos preços dos combustíveis terem aumentado significativamente desde o início da guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos acredita que esta nova situação vai acelerar o investimento em energias renováveis e levar o país a depender cada vez menos dos combustíveis fósseis. Ainda assim, admitiu que não vai ser uma transição fácil.
"A liberdade vai custar-nos caro".
De acordo com a CNN Internacional, as importações americanas da Rússia representam uma pequena fatia do universo da energia. Cerca de 8% em 2021, dos quais apenas cerca de 3% eram petróleo bruto.
Biden referiu ainda que as sanções aplicadas pelos Estados Unidos e outros aliadas já provocaram à economia russa "uma cratera" e elogiou todas as empresas que suspenderam operações com a Rússia: Apple, Nike, Visa, Mastercard, Ford, General Motors, Boeing entre outras.
Mais 12 mil milhões de dólares para a Ucrânia
Os Estados Unidos já garantiram mais de mil milhões de dólares de ajuda à Ucrânia e Biden pediu ao Congresso para aprovar uma transferência de mais 12 mil milhões.
"A Ucrânia nunca será uma vitória para Vladimir Putin".
Apesar desta nova sanção, todas as outras anteriormente anunciadas vão manter-se. Segundo Joe Biden, o objetivo é impedir que a moeda russa valorize e, assim asfixiar, a economia do país governado por Vladimir Putin.
