Crise alimentar pode piorar nos próximos meses se exportações da Ucrânia não forem retomadas

Agência Lusa
23 mai 2022, 18:06

Líderes mundiais realçam a importância da retoma de carregamentos a partir do porto de Odessa, no "país que é o fornecedor de pão do mundo". As consequências, alertam, traduzem-se em alimentos mais caros e fome a nível global

Os alimentos vão ficar ainda mais caros nos próximos meses, caso continue o bloqueio do escoamento marítimo de cereais da Ucrânia, alertaram esta segunda-feira especialistas e governantes no Fórum Económico Mundial, em Davos.

Segundo o chefe do Programa Alimentar Mundial (PAM), David Beasley, se os carregamentos dos cereais e de outros produtos agrícolas não forem retomados a partir do porto de Odessa na Ucrânia, “estaremos perante um problema complexo porque os armazéns podem estar cheios, mas sem navios para os transportar poderemos assistir a situações de fome em todo o mundo”, previu.

“Pode-se imaginar o que acontece quando o país que é o fornecedor do pão do mundo, capaz de alimentar 400 milhões de pessoas, está em guerra. É uma crise absoluta”, afirmou Beasley, numa discussão, no Fórum de Davos, sobre como reverter a crise alimentar.

Durante o debate, o vice-primeiro ministro vietnamita Le Minh Khai disse que o problema mais importante a ser resolvido é “restaurar as cadeias de abastecimento globais”, que foram interrompidas ou abrandadas primeiro pela pandemia da covid-19 e nos últimos três meses com a guerra na Ucrânia.

O vice-presidente da Tanzânia, Philip Isdor Mpango, admitiu que o seu continente sofre as consequências de “más políticas agrícolas”, para além das consequências das alterações climáticas e da pandemia, que ainda se fazem sentir no tecido económico e social da África.

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