A mensagem do autarca de Kiev para Putin: "Estamos prontos para morrer pelo nosso país, europeu democrático e moderno"

CNN Portugal , HCL
1 mar 2022, 04:00
Vitali Klitschko (AP)

Em entrevista à CNN, o autarca de Kiev decidiu não responder sobre quanto tempo pode a capital resistir à invasão russa, mas garantiu que a luta pelo futuro do país vai continuar

Vitali Klitschko, presidente da Câmara de Kiev, capital da Ucrânia disse, numa entrevista à CNN esta terça-feira que está orgulhoso dos cidadãos que estão a defender o país, numa batalha que definirá o futuro da Europa.

Klitschko disse que Kiev está sob um ataque "ininterrupto" de tropas russas e daquilo a que chamou "grupos de agressão russos". "Nós ouvimos explosões a cada hora durante a noite passada, durante toda a noite passada, nos últimos quatro dias. As pessoas estão muito nervosas, passam muito tempo em bunkers", disse.

Descrevendo os soldados ucranianos como "heróis", Klitschko afirmou estar orgulhoso do exército e dos civis do país que pegaram em armas para defender a capital. "Tantos milhares de civis vêm e constroem defesas. As pessoas estão a pegar em armas e estão prontas para defender as nossas casas, defender as nossas famílias, defender o nosso futuro e o nosso país", acrescentou.

Estamos prontos para lutar e prontos para morrer pelo nosso país”, disse o autarca, ex-lutador de boxe, descrevendo a batalha por Kiev como um combate pelo futuro da Europa. “É o nosso futuro e alguém quer entrar em nossa casa e roubar o nosso futuro de nós."

Klitschko disse ainda que "não está pronto" para responder por quanto tempo Kiev pode resistir à invasão russa, mas acrescentou que a capital pode aguentar "muito tempo" sob cerco.

Já numa mensagem dirigida ao presidente russo, Vladimir Putin, Klitschko disse que a Ucrânia não quer a Rússia de volta. "Vemos o nosso futuro como um país europeu democrático e moderno. É isso. Sem discussão. É o nosso objetivo. Estamos a lutar por isso. Estamos a lutar pelo nosso país. Estamos a lutar pelo nosso sonho", disse.

A Rússia lançou na quinta-feira uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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