Gente com empregos normais, gente com experiência de guerra: histórias de estrangeiros que se alistaram para combater os russos

9 mar 2022, 19:49
Militares em Irpin, Ucrânia. (AP Photo/Vadim Ghirda)

São já mais de 20 mil e de todo o mundo. Objetivo: combater o exército russo e travar as investidas em território ucraniano. Na Legião Internacional há ex-militares e até membros do parlamento da Letónia

“Amanhã, eu e o meu amigo vamos sair para servir [o exército]. Vai ser um treino porque não temos experiência.” Igor, um espanhol que é tradutor de profissão, juntou-se ao exército ucraniano para defender um país que não é aquele em que nasceu mas que é aquele em que vive

Também Hector diz que não consegue “simplesmente ficar” e, por isso, partiu dos Estados Unidos para a Ucrânia. Depois de dois combates no Iraque, e já aposentado de serviços militares, decidiu juntar-se à luta contra a Rússia, conta o The New York Times. E um dos pelo menos 20 mil estrangeiros que estão a combater por país que não é o deles. Exemplo: há três mil veteranos norte-americanos a defender a Ucrânia no terreno.

Mais de 20 mil voluntários e veteranos estrangeiros expressaram o desejo de participar na Legião Internacional de Defesa Territorial, uma força composta por cidadãos não ucranianos com experiência militar. Mas há também quem já tenha ido para o terreno, tal como estes militares britânicos, que voluntariamente voltaram ao combate - ou Alex Pickett, cidadão de Hampshire, que mesmo sem experiência militar quer lutar contra a Rússia. E ao terreno já chegaram portugueses e brasileiros, como conta a CNN Portugal.

Na Índia há 500 pessoas, incluindo veteranos de guerra, que já submeteram o pedido para fazer parte da Legião Internacional. Uma dessas pessoas já está no terreno. 

À Ucrânia também já chegou Juris Jurass, que lidera o departamento de Assuntos Jurídicos do parlamento da Letónia. Aos 46 anos decidiu lutar num país que fica a mais de mil quilómetros do seu.

Do Canadá há a vontade de defender a Ucrânia e um quarto dos cidadãos já admitiu que se juntaria ao exército ucraniano.

Christopher, paraquedista francês durante oito anos, é um dos muitos que se juntaram à luta que dura há 14 dias na Ucrânia. Em França, há mesmo um grupo de Facebook que reúne todos os interessados em combater. E tem já mais de 10 mil membros.

E da Bielorrúsia, país que tem sido também sancionado por manter uma posição aliada da Rússia, há também quem queira lutar pela Ucrânia e há já um novo batalhão formado.

[Notícia corrigida no dia 10 de março] 

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