Bolsonaro nega massacre na Ucrânia e critica Zelensky: "Ucranianos confiaram o destino de uma nação a um comediante"

CNN Portugal , HCL
28 fev 2022, 03:47
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (EPA/ANTONIO LACERDA)

Presidente brasileiro decidiu manter-se neutro relativamente à invasão da Ucrânia e reforçou que ações contra Moscovo têm impacto no fornecimento de fertilizantes ao país - um dos produtos em que o Brasil está mais dependente da Rússia

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro criticou este domingo o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, acrescentando que o Brasil vai "adotar uma postura neutra em relação à Ucrânia" e não avançar com sanções à Rússia.  

Aos jornalistas em Guarujá, São Paulo, o presidente brasileiro revelou que a sua conversa com Vladimir Putin no dia 16 de fevereiro foi centrada "na questão dos fertilizantes", um dos produtos em que o Brasil mais depende da Rússia. No entanto, o presidente brasileiro refere que falaram "alguma coisa sobre a Ucrânia". 

Eu me reservo aí como segredo de não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam", disse Jair Bolsonaro que este sábado criticou o seu homólogo ucraniano e referiu que os ucranianos "confiaram o destino de uma nação a um comediante" - mencionando a antiga carreira de Zelensky como ator.

Lembrando que o Brasil está dependente de fertilizantes russos, Bolsonaro afirmou que uma ação contra Moscovo "pode ​​trazer sérios prejuízos à agricultura brasileira". O presidente acrescentou, no entanto, que era a favor da paz, "mas não queremos trazer mais problemas para o Brasil". 

Questionado sobre um possível massacre na Ucrânia, Bolsonaro disse que esse termo era "um exagero" e defendeu a decisão da Rússia de reconhecer as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no leste da Ucrânia, como independentes.

Jair Bolsonaro encontrou-se  com o presidente russo, Vladimir Putin, durante uma visita a Moscovo no dia 16 de fevereiro. Os comentários do presidente brasileiro surgem depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter anunciado a realização de uma reunião de emergência para discutir a invasão da Rússia. O Brasil votou a favor da realização da reunião, ao passo que a Rússia votou contra. Índia, China e Emirados Árabes abstiveram-se.

 

 

Artigo atualizado às 04:30 para corrigir o facto de o presidente brasileiro não ter conversado com Putin este domingo, mas antes ter-se referido à conversa que teve com o presidente russo no dia 16 de fevereiro, segundo nota da Presidência da República

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