"Sabemos que os militares do Hamas reagruparam-se no hospital al-Shifa e que estão a usá-lo para comandar ataques contra Israel. Não pretendemos fazer mal aos civis atrás dos quais o Hamas se está a esconder"
O Exército israelita avisou a população civil para se retirar da zona em redor do hospital de al-Shifa, em Gaza. "Para vossa própria segurança, devem retirar-se imediatamente para oeste e depois seguir a estrada ao longo da costa para sul, para a zona humanitária de Al-Mawasi", no sul da Faixa de Gaza, disse em árabe o porta-voz do exército israelita.
“Um apelo a todos os presentes e deslocados no bairro Al-Rimal e no Hospital Al-Shifa e arredores: para manter a vossa segurança, devem evacuar imediatamente a área a oeste e depois atravessar a rua Al-Rashid (Al- Bahr) até à área humanitária em Al-Mawasi”, disse Avichay Adraee numa publicação em árabe no Twitter. Testemunhas disseram à Agência France Presse que tinham sido lançados panfletos naquela zona com a mesma mensagem.
A troca de tiros começou pouco antes do amanhecer. O ataque ao hospital provocou um número desconhecido de mortos e foram detidas pelo menos 80 pessoas "suspeitas de estarem envolvidas em atividades terroristas", informou a agência EFE.
O Ministério da Saúde palestiniano em Gaza afirmou que cerca de 30 mil pessoas estavam abrigadas no hospital.
"A operação baseia-se em informações que indicam a utilização do hospital por terroristas de alta patente do Hamas", afirmaram os militares israelitas em comunicado. "Sabemos que os militares do Hamas reagruparam-se no hospital al-Shifa e que estão a usá-lo para comandar ataques contra Israel", disse o porta-voz das IDF, Daniel Hagari. "A nossa guerra é contra o Hamas, não contra o povo de Gaza. Não pretendemos fazer mal aos civis atrás dos quais o Hamas se está a esconder. É por isso que vamos conduzir esta operação com cuidado, assegurando que o hospital continua a desempenhar as suas importantes funções."
Os militares israelitas já tinham atacado o Al-Shifa em novembro. As Forças de Defesa de Israel (FDI) têm atacado frequentemente os hospitais de Gaza desde 7 de outubro, acusando o Hamas de utilizar as instalações médicas como fachada para as suas operações – o que o grupo nega.
