Ministro da Cultura admite "muita dificuldade" em perceber salários em atraso na Global Media

Agência Lusa , ARC
10 jan, 13:41
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, na Assembleia da República. António Pedro Santos/Lusa

O governante com a tutela da comunicação social considerou que a situação no GMG gera “a maior das preocupações e também perplexidades” e recordou que o grupo pode recorrer ao fundo de garantia salarial.

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse esta quarta-feira ter dificuldades em compreender os salários em atraso na Global Media, mas defendeu que o Estado deve ter apoios transversais à comunicação social em detrimento de apoios específicos.

Pedro Adão e Silva falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do PCP e do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação no Global Media Group (GMG).

“É uma obrigação primária de qualquer empresa de pagar o salário dos seus trabalhadores e tenho muita dificuldade em compreender como é que um novo acionista que entra (…) a primeira coisa que faz é deixar de pagar salários”, disse.

O governante com a tutela da comunicação social considerou que a situação no GMG gera “a maior das preocupações e também perplexidades” e recordou que o grupo pode recorrer ao fundo de garantia salarial.

Contudo, o ministro da Cultura defendeu que “o Estado tem de ter apoios transversais à comunicação social, e não apoios específicos para acorrer em situações particulares” em determinado momento.

“Isso não só seria sempre um instrumento difícil de gerir, como teria enormes consequências num princípio que é a total separação daquilo que são as escolhas editoriais em relação a qualquer tipo de tutela, política ou tutela acionista, mas porque também corresponderia a um desvirtuar do funcionamento do mercado em que estaríamos a premiar os infratores”, argumentou.

Para Pedro Adão e Silva, o negócio dos media é “distinto dos outros”, com várias consequências.

“Temos uma entidade reguladora e o que precisamos é que essa entidade reguladora seja atuante”, disse.

Os trabalhadores do GMG estão hoje em greve, no mesmo dia em que termina o prazo de adesão às rescisões voluntárias, para mostrar repúdio pela intenção de despedir até 200 profissionais e pela defesa do jornalismo.

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