Sp. Braga-V. Guimarães, 0-0 (destaques)

2 fev 2002, 23:15

A pérola Abiodun e as virtudes de um francês Abiodun vive de intermitências. Com o Guimarães voltou a fazer um grande jogo, com dribles fantásticos e bolas no poste, mas faltou-lhe o golo. Palatsi foi o seu principal opositor.

Abiodun

Num jogo recheado de oportunidades, Abiodun teve um dia sim, porque foi protagonista na grande maioria delas, mas este mesmo dia não foi assim tão positivo, porque nenhuma bola chegou a entrar na baliza. Melhor, ainda entrou, mas o árbitro anulou o lance por fora-de-jogo. O nigeriano ainda rematou ao poste, fez fintas estonteantes e brilhou a alto nível até ao fim, sem qualquer perca de fôlego ou objectividade no lado direito do ataque arsenalista. 

Paulo Gomes e Lima

A rivalidade entre Braga e Guimarães não tem fim e é natural que, por vezes, surjam algumas trocas de jogadores surpreendentes entre os dois clubes. Esta época, os arsenalistas surpreenderam ao irem buscar dois proscritos vimaranenses. Pouca gente acreditou nessa contratação, até porque se não tinham dado nada no rival, por que é que teriam de dar em Braga? O tempo veio ensinar, mais uma vez, que nem sempre as coisas no futebol são assim tão lineares e Paulo Gomes e Lima acabaram por alcançar a titularidade, com mais ou menos facilidade. Esta noite chegaram mesmo a ser os melhores em campo, num exemplo de entrega inexcedível. O facto do outro lado estar o antigo amor não terá sido esquecido, mas os dois jogadores brindaram a aposta de Cajuda com grandes exibições, mesmo que Lima tenha sido expulso no último minuto, quando já estava a jogar a lateral-direito. 

Palatsi

Toda a gente fala, com justiça, de Yannick, mas ninguém se poderá esquecer de Palatsi, o outro guarda-redes francês que joga em Portugal e que continua a ser um grande jogador. O vimaranense até tem vários argumentos a seu favor na comparação com o guardião do Alverca, quanto mais não seja por ter sofrido precisamente metade dos golos do seu compatriota (21 para 42) e com mais um jogo. Palatsi poderá não ser tão excêntrico como Yannick, mas esta noite voltou a mostrar que se trata de um guarda-redes muito eficaz e de grande qualidade. 

Cléber

Um «capitão» tem de ter mais paciência e presença em campo. Cléber costuma ser a imagem da classe de um defesa-central, que impõe respeito aos avançados e lança gritos de incentivo aos colegas do meio-campo. Durante quase toda a primeira parte, o brasileiro foi tudo isso, mas manchou a pintura nos instantes finais, perdendo autenticamente a cabeça. Em dois minutos viu dois amarelos e o mais grave é que o que ditou a expulsão surgiu depois de palavras dirigidas ao árbitro. A equipa aguentou-se o resto do jogo, porque William, que entretanto entrou para o centro da defesa, esteve sempre muito seguro. Cléber era um dos pouco totalistas do campeonato, mas terá mesmo de falhar o encontro com o Santa Clara, da próxima jornada.

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