V. Guimarães-Marítimo, 1-1 (reportagem)
No final dos 90 minutos, Álvaro Magalhães era um técnico resignado com mais um empate cedido em casa. A equipa vitoriana não vence em Guimarães desde o início de Novembro do ano passado, mas nem isso esmorece o técnico que acredita que a equipa vai dar a volta por cima. «Vamos conseguir ganhar», diz, passando de imediato à análise para que não subsistam dúvidas: «Lutámos em todo o terreno. Defrontámos uma equipa que não saiu da defesa, com onze jogadores lá atrás. O Marítimo habitual, com todos os jogadores atrás da linha da bola. O Vitória lutou com determinação e foi pena termos sofrido um golo no início do jogo, mas merecíamos ganhar, porque procurámos marcar golos. Não correu bem, mas todos os jogadores mereciam a vitória».
Para o técnico do Guimarães, «foi importante a equipa não ter perdido a cabeça, depois de estar a perder» e reforça a sua leitura do jogo. «A haver um vencedor seria o Vitória. Corremos muito e lutámos até à exaustão. A equipa está melhor, menos intranquila. Vê-se na atitude», considerando determinante o apoio da massa associativa: «Foi bonito ver os sócios empurrar a equipa para o ataque. É preciso paciência. Se fizéssemos o segundo golo, o jogo seria diferente e melhor».
De resto, o técnico lamenta o facto de a sua equipa ter perdido fulgor na segunda metade, em virtude da lesão de Alvarez (mazela do músculo da coxa esquerda) e da saída de Manoel devido ao desgaste físico. «Estas contrariedades deitaram abaixo a nossa força ofensiva nos últimos quinze minutos. Foi pena», sublinha.
Já sobre a aposta em Nandinho, o técnico vitoriano defende ter sido «uma pena o jogador ter andado a treinar sozinho», mas garante que não o irá «deixar adormecer», porque «tem capacidades para jogar na equipa do Vitória», apesar de lhe «faltar algum ritmo competitivo».
Quanto às notícias vindas a público sobre a possível saída de Congo do Vitória, Álvaro Magalhães é lacónico: «os jogadores têm de dar o máximo, mas estão todos disponíveis para jogar, desde que seja com amor à camisola».
Vingada: «A jogar assim podemos fazer um campeonato positivo»
O técnico do Marítimo caracterizou a partida como «agradável» e sustenta que a sua equipa «fez um bom jogo, personalizado e com boa circulação de bola». «Não deixámos o adversário jogar pelo meio e pelas alas», diz Nelo Vingada, mostrando-se satisfeito com a prestação dos seus atletas. «Foi possível ver um Marítimo com bons desenvolvimentos pela esquerda e pela direita. Para a história fica este empate em Guimarães, mas a jogar assim podemos fazer um campeonato positivo».
Questionado sobre a postura defensiva da sua equipa, o técnico refuta a ideia e afirma que «o Marítimo defendeu quando teve de defender. O Guimarães tem valor e qualidade de jogo», assume, garantindo no entanto que as substituições operadas visaram a conquista dos três pontos. «Às vezes fazemos substituições para segurar o resultado, mas hoje foram feitas, porque senti que podíamos ganhar o jogo» e aponta para um factor que considera importante: «O guarda-redes do Guimarães fez duas a três defesas de grande qualidade».
O técnico maritimista não poupa elogios aos seus atletas. «Trabalho com os olhos na minha equipa e hoje, honestamente, qualquer treinador do Marítimo ficaria satisfeito com a performance destes jogadores». Já sobre a escolha de Gilmar para a baliza, Nelo Vingada diz ter-se «tratado de uma opção táctica, em virtude do jogo aéreo e cruzamentos que estava à espera».
